Trump e Kim estão em Cingapura para reunião histórica na terça-feira
Presidente americano busca acordo para desnuclearização de um dos inimigos mais amargos dos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou em Cingapura neste domingo (10) para uma histórica reunião com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, que poderia estabelecer o terreno para finalizar um impasse nuclear entre os antigos inimigos e para a própria transformação da isolada nação asiática.
Trump aterrissou na base aérea de Paya Lebar a bordo do Força Aérea Um, buscando atingir um acordo que levará à desnuclearização de um dos inimigos mais amargos dos EUA. O presidente chegou após uma reunião conflituosa do G7 no Canadá com alguns dos aliados mais próximos de Washington que ajudou a piorar ainda mais as alianças comerciais globais.
Depois de descer do Força Aérea Um em uma noite úmida e tropical, Trump foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores de Cingapura, Vivian Balakrishnan.
Perguntado por um repórter sobre como se sentia sobre a reunião, Trump disse: “Muito bem”.
O norte-coreano Kim havia chegado em Cingapura mais cedo no domingo.
Quando Trump e Kim se encontrarem em Sentosa, uma ilha resort em Cingapura com um parque temático do Universal Studios e praias artificiais, eles estarão fazendo história.
Inimigos desde a Guerra da Coreia entre 1950 e 1953, os líderes de Coreia do Norte e Estados Unidos nunca se encontraram antes – ou sequer se falaram pelo telefone.
Kim chegou no aeroporto de Changi em Cingapura após sua mais longa viagem ao exterior como chefe de Estado, usando um de seus característicos “terno de Mao” negro e corte de cabelo lateral. Kim não deixa o país desde que assumiu o poder em 2011 a não ser por uma visita à China e outra ao lado sul-coreano da zona desmilitarizada da fronteira entre as duas Coreias.
Chegando em um avião emprestado pela China, que foi por décadas o único grande aliado da Coreia do Norte, Kim também foi recebido por Balakrishnan.
Viajando com ele estavam seus principais oficiais, incluindo o Ministro das Relações Exteriores, Ri Yong Ho, e Kim Yong Chol, um assessor próximo de Kim que têm sido instrumental no processo diplomático que culminou no encontro de terça-feira.
Kim Yo Jong, a irmã do líder, também foi vista na delegação norte-coreana. Ela emergiu como uma figura de influência na liderança opaca de Pyongyang em fevereiro, quando liderou uma delegação norte-coreana nos Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul.
Autoridades que chegaram com Trump incluem o secretário de Estado, Mike Pompeo, o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, o chefe de Gabinete da Casa Branca, John Kelly, e a secretária de Imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders.
A retórica de linha dura de Bolton no mês passado enfureceu a Coreia do Norte e quase descarrilhou a reunião. Ele pediu que a Coreia siga um “modelo líbio” nas negociações. A Líbia entregou unilateralmente seu programa de armas nucleares em 2003, mas seu líder, Muammar Gaddafi, foi morto em 2011 por rebeldes apoiados pela Otan.
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