Publicado em 12/03/2018 às 11h04.

A bala perdida na sala da oposição, o mistério

Presidente da Assembleia quer saber se a bala perdida é do mesmo calibre dos policiais da PM que fazem a ronda da área ou não

Levi Vasconcelos

 

Notícia também tem hierarquia e eis aí o caso típico de uma que descambou para a periferia midiática por conta de outra maior.

No dia que a PF desencadeou a Operação Cartão Vermelho, contra Jaques Wagner, no episódio da Fonte Nova, o deputado Leur Lomanto (MDB), então líder da oposição, adentrou o seu gabinete no terceiro andar do Anexo Wilson Lins e teve a surpresa: uma vidraça estava estilhaça e na mesa, uma bala.

De onde teria saído a tal bala perdida? O presidente Angelo Coronel (PSD) chamou a polícia para tentar esclarecer o caso. Quer saber se a bala perdida é do mesmo calibre dos policiais da PM que fazem a ronda da área ou não.

— Pode ser que algum deles estivesse treinando e a bala richicoteou. Estou aguardando o resultado.

Leur, o líder da oposição da época (hoje é Luciano Ribeiro, do DEM), se diz tão surpreso quanto perplexo:

—É estranhíssimo. Eu não tenho inimigos, ninguém quer me matar.

Tititti vitaminado

O tititi da rádio corredor também ocupou o seu tempo com a Fonte Nova, mas nem por isso passou batido. Alguns governistas dizem que pode ser armação da oposição para dizer que a insegurança no Estado chegou até eles.

Óbvio que a bala perdida não teve o impacto de 1964, quando 53 deputados foram cassados e nem dos incêndios que sacudiram a casa, mas dá para o gasto.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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