Publicado em 13/12/2017 às 10h04.

A Codeba virou um ninho do PMDB. A questão é quem vai herdar o espólio

Do ponto de vista político, a questão é a seguinte: os peemedebistas, mesmo com Lúcio sangrando, conseguem manter o espaço ou a indicação vai mudar de partido?

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Algum dia tudo fará sentido. Enquanto isso, ria da confusão, chore pouco, e entenda que tudo acontece por alguma razão”

Paulo Coelho, escritor brasileiro (1947)

 

Foto: Divulgação/Codeba
Foto: Divulgação/Codeba

Até que os funcionários da Codeba aplaudiram quando Benedito Braga, aliado do deputado Zé Rocha (PR), foi citado como provável substituto de Pedro Dantas, que pediu demissão no fim de novembro. Mas não dá, nem que todos queiram.

A questão: recentemente o Conselho de Administração da Codeba, a estatal que administra os portos de Salvador, Ilhéus e Aratu, mudou o estatuto colocando duas cláusulas:

1 — O indicado não pode ter vínculo político, pelo menos oficial, e Benedito tem.
2 — O indicado tem que ter alguma experiência anterior na área portuária. Benedito até tinha, na própria Codeba, mas travou na primeira.

É por isso que Pedro Dantas saiu no fim de novembro e até hoje o substituto não foi indicado.

Para além desses fatos, há um outro problema: a Codeba virou um ninho de peemedebistas, com muitos indicados do deputado Lúcio Vieira Lima, que está todo encalacrado na Lava Jato com as malas dos R$ 51 milhões.

Do ponto de vista político, a questão é a seguinte: os peemedebistas, mesmo com Lúcio sangrando, conseguem manter o espaço ou a indicação vai mudar de partido?

Fala Zé Rocha

Embora a mídia tenha divulgado que o deputado Zé Rocha (PR) vai indicar o novo diretor da Codeba, ele afirma que apenas pediu a reintegração de Benedito Braga no cargo de diretor-administrativo, que foi demitido porque ele, Zé Rocha, votou contra o impeachment de Dilma.

— Como eu tenho sido muito persistente nisso e Pedro Dantas, o atual diretor, pediu demissão, gerou essa confusão.

Na Ceplac

Outro indicado por Geddel que sobrevive é Juvenal Maynart, diretor geral da Ceplac. Mas alguns peemedebistas dizem que este ainda se mantém.

É que o deputado Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel, embora seriamente atingido pelo efeito das malas dos R$ 51 milhões, ainda vive politicamente. Ou seja, ainda tem fôlego.

PF nas fazendas

E por falar em Geddel, pessoas a ele ligadas dizem que a PF deu um baculejo geral nas fazendas da família Vieira Lima.

Até buraco no chão cavou, em locais tidos como suspeitos. Após as malas dos milhões, houve intenso falatório de que havia mais dinheiro escondido por aí.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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