Publicado em 26/06/2017 às 08h13.

A disputa de Rui Costa e Neto na pauta das rodinhas do forró

Entre um forró e um licor e outro, a pergunta: quem ganha a eleição de 2018, Rui Costa ou ACM Neto?

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Uma eleição é feita para corrigir o erro da eleição anterior, mesmo que o agrave.”
Carlos Drummond de Andrade, poeta mineiro (1902-1987)

Foto: Mateus Pereira/GOVBA
Foto: Mateus Pereira/GOVBA

 

E eis que nos quatro cantos da vastidão da Bahia, um território quase do tamanho da França, o São João, a festa da mais intensa mobilidade da capital rumo ao interior, com volta complicada, teve uma pauta política nas rodas. Entre um forró e um licor e outro, a pergunta: quem ganha a eleição de 2018, Rui Costa ou ACM Neto?

Compreensível. Muita gente que se gosta e mora em lugares distintos se reencontra no calor da mais forte e democrática festa popular nordestina.

Objetivamente, sabe lá Deus. Só dizer que, no cenário atual, ainda há muitas pendências importantes, com influência decisiva, especialmente o jogo federal. Há de saber também quais serão as regras, como vão ficar as eleições de deputado, quem vai pagar a conta e, principalmente, quem vai apoiar quem na disputa presidencial.

Lula é candidato? Se sim, é uma coisa. Se não, quem? E Neto, cadê o dele? Na Bahia, historicamente, a questão federal influencia decisivamente. Até agora, seja lá como for, a disputa promete.

A pesquisa do Paraná

Fazer pesquisas em tempo distante da eleição é normal, como o Instituto Paraná fez para a Record-Itapoan. Embora tenha um visível defeito de formatação na disputa pelo Senado, quando excluiu Lídice da Mata (PSB) e Walter Pinheiro (sem partido), senadores com mandato, precisando de reeleição, e que obviamente estão no jogo, a do Paraná dá umas dicas.

Se Neto aparece com 54% de intenções contra 24% de Rui Costa, de outro lado, também, aparece Jaques Wagner liderando para o Senado (32%) e Lula presidente (47%).

Em 2014, Paulo Souto liderou as pesquisas o tempo todo e foi atropelado pela questão federal. É lógico que Neto não é Souto, é mais competitivo, como Rui Costa, com o governo, também não é o mesmo. É governador e estará com a máquina na mão.

Ademais, a pesquisa é apreço. Serve aos mesmos propósitos que todas as congêneres pelo Brasil afora, o de vitaminar o noticiário da imprensa. Ressalte-se ainda aí que ela ouviu pouco mais de 1,6 mil pessoas em 70 municípios.

Ora, a Bahia tem 417. Os 70 falam pelo conjunto?

Na Bahia pesquisas erram muito em tais disputas.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.