Publicado em 04/08/2018 às 08h55.

A estratégia de Rui foi chamar tudo para o estadual. Federalização, não

Seja como for, o cenário federal embolado fez Rui, não de agora, mas desde lá atrás, bolar outra estratégia, a da estadualização dos esforços

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“As ideias e estratégias são importantes, mas o verdadeiro desafio é a sua execução”

Barnevick, executivo de negócios sueco (1941)

Fotos: Carlos Casaes/Divulgação
Fotos: Carlos Casaes/Divulgação

 

Se Zé Ronaldo (DEM) bota suas esperanças numa alavancagem do tucano Geraldo Alckmin, convém perguntar: e Lula preso, se colocando como candidato, ajuda ou prejudica Rui Costa?

Petistas como o deputado Nelson Pelegrino dizem sem maiores delongas:

— É o que mais ajuda.

Mas ele não é unanimidade entre os aliados de Rui. Alguns afirmam que melhor seria se o grupo tivesse apoiando um candidato competitivo pensando numa agenda futura. Como Ciro Gomes, por exemplo.

Seja como for, o cenário federal embolado fez Rui, não de agora, mas desde lá atrás, bolar outra estratégia, a da estadualização dos esforços. Concentrou tudo para acumular forças locais.

Disso resulta que partidos como o PSD de Otto Alencar, o PP de João Leão e o PR de José Carlos Araújo, ou mesmo até pequeninos como o PT, são Alckmin lá e Rui cá.

No conjunto, é um cenário atípico. Em 2006, Jaques Wagner federalizou a disputa com Lula na tevê pedindo voto para ele todo dia. ACM embarcou na federalização ao abrir as baterias contra Lula. Perdeu.

Em 2014, Wagner com Dilma, apresentando Rui, apostou na federalização, enquanto Paulo Souto tentou estadualizar o debate pautando o horário eleitoral como casos como o de Dalva Sele, por exemplo. 2018 é diferente. Quem quer a estadualização é Rui. E Ronaldo a federalização.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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