Publicado em 24/07/2017 às 08h34.

A influência federal sempre foi decisiva Na Bahia. Juracy Magalhães é exceção

ACM Neto age e torce para ver o amigo Rodrigo Maia, presidente da Câmara, na Presidência da República, diz Levi

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“A multidão procura o líder não por sua causa, mas por sua influência; e o líder vai recebê-los por vaidade ou necessidade.”
Napoleão Bonaparte, líder político e militar do fim da Revolução Francesa (1769 – 1821)

Foto: José Cruz/ ABr
Foto: José Cruz/ ABr

 

Diz Paulo Fábio, cientista político, que o único precedente em que um candidato ao governo baiano venceu na condição de opositor do presidente da República foi em 1958.

Naquele ano, Juracy Magalhães, da UDN, que tinha como vice Rômulo Almeida, derrotou José Pedreira de Freitas, do PSD, o partido do presidente Juscelino Kubistchek (que em 1955 venceu Juarez Távora na Bahia), e apoiado pelo governador Antônio Balbino.

Muito porque a questão federal sempre influenciou decisivamente nos humores do eleitorado baiano é que ACM Neto age e torce para ver o amigo Rodrigo Maia, presidente da Câmara, na Presidência da República, no lugar de Michel Temer, que balança, mas não cai, mais para cair.

Lógico que as circunstâncias são peculiares. Rui Costa não vai apoiar ninguém, ele é o candidato e é um governador bem avaliado. E Maia, se subir, vai entrar no ano eleitoral, no meio de um fogo cruzado. Nem por isso torna-se algo desprezível.

É por isso que Neto tanto quer e Rui não. Quer fugir disso como o diabo da cruz.

Fica Temer

Aliados de Rui Costa na Bahia e em Brasília admitem que o cenário político os colocou em uma encruzilhada: tanto bradaram o Fora Temer e agora se veem obrigados a manter o barulho, mas torcendo pelo Fica Temer.

O xís da questão: o Fora Temer, para os interesses políticos deles na Bahia, com Rui Costa à frente, só conviria se houvesse eleições diretas já e como não há condições para isso, rifar Temer é botar a faixa presidencial em Rodrigo Maia, o que, por tabela, significa turbinar ACM Neto.

Uma banda dos aliados de Rui, como os deputados do PP e PR, já são coligados de Temer. Eles estão tentando seduzir outros a entrar na barca. Ou então é gol contra.

Inflação na chapa

A já inchada lista de pretendentes a uma vaga na chapa de Rui Costa está mais gorda. O deputado Félix Mendonça Jr., presidente do PDT da Bahia, tem dito a amigos que o trabalho por ele realizado como coordenador da bancada federal da Bahia em Brasília o credencia, especialmente na crise.

A chapa de Rui cabe quatro e já tem dois. Ele próprio, óbvio, Jaques Wagner para o Senado e João Leão e Otto Alencar disputando a outra vaga de Senado e a de vice, além da senadora Lídice da Mata, em nome das esquerdas governistas.

Correndo por fora

É nesse bolo que entra o prefeito de Feira de Santana, Zé Ronaldo (DEM). Governante da segunda maior cidade da Bahia e bem avaliado, ele seria um reforço e tanto, além de uma quebra na banda de ACM Neto.

A questão é a falta de garantias. Até porque, a banda esquerda diz não ser justo.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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