Publicado em 23/02/2017 às 10h00.

Alexandre de Moraes no STF, mais um em um cenário de moral arrasada

Michel Temer usou da mesmíssima prerrogativa oficial que Lula usou para emplacar Dias Tóffoli, ex-advogado do PT, e Dilma para botar Edson Fachin, militante petista

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“O juiz não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis.”
Platão, filósofo grego (428/427 a. C. – 348/347 a.C.)

Foto: Beto Barata/ PR
Foto: Beto Barata/ PR

Petistas bradaram aos quatro ventos que Alexandre de Moraes no STF é jogo de carta marcada: teria a intenção de segurar os aliados de Temer melados na Lava Jato.

O fato é que Temer ficou tão feliz com a aprovação dele no Senado que chegou a fazer uma edição extra do Diário Oficial da União para carimbar a nomeação. Mas, convenhamos, Temer usou da mesmíssima prerrogativa oficial que Lula usou para emplacar Dias Tóffoli, ex-advogado do PT, e Dilma para botar Edson Fachin, militante petista com direito a discursos espalhados nas redes sociais.

Ou seja, cada um indica gente da sua confiança. A diferença entre os dois casos é que Moraes entrou em cena em um momento em que a Lava Jato já carimbou como corrupta grande parte da nossa representação política, com a ressalva de que o próprio Temer é citado, mais o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e mais dez da CCJ (incluso o presidente Edson Lobão-PMDB-MA).

E com Lula e Dilma era o mesmo jogo sem carimbo, ou seja, tudo incubado. Em suma, estamos em uma crise moral sem precedentes. Quem deveria nos governar está no olho do furacão em que a credibilidade da representação política derreteu.

Esse é o Brasil em que vivemos, no qual cai bem relembrar a frase famosa de Sérgio Porto, O Stanislaw Ponte Preta: “Ou restaure-se a moralidade ou lucupletemo-nos todos”.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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