Publicado em 30/03/2018 às 16h00.

Amigo de Temer conheceu dono da Rodrimar para ‘networking’

Eduardo Luiz de Brito Neves prestou depoimento na quinta-feira (29) e diz não saber se a Rodrimar foi beneficiada pelo decreto do presidente

Redação
Reprodução: Youtube
Reprodução: Youtube

 

Preso na operação Skala, o empresário Eduardo Luiz de Brito Neves, genro de um dos fundadores da Rodrimar, afirmou em depoimento à Polícia Federal ter apresentado o coronel João Baptista Lima, amigo do presidente Michel Temer, a um dos donos da empresa apenas para criar uma rede de contatos.

No depoimento prestado na quinta (29) após Brito ser detido em São Paulo pela operação Skala, que tem como objetivo coletar provas para o inquérito que investiga se o presidente Michel Temer recebeu propina em troca da edição de um decreto que favorece empresas portuárias, o empresário admite ter apresentado o coronel Lima a Antônio Celso Grecco, presidente da Rodrimar, no fim da década de 80 ou início da década de 90, mas que não se lembra dos assuntos tratados naquele encontro.

Segundo Brito, esta é uma prática comum entre empresários. O empresário é casado com a filha de Nilo Rodrigues, sócio-fundador da Rodrimar e dono da MHA Engenharia, que faz parcerias com a Argeplan, do coronel Lima. Em seu depoimento ele afirma que a parceria com a Argeplan consiste em um subcontrato entre as duas empresas.

Os serviços teriam acontecido, segundo ele, em obras do Corpo de Bombeiros em Mariporã (SP) e do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) da capital paulista, onde Lima é coronel da reserva da PM.

As duas empresas teriam atuado também em um consórcio para a reforma de um bem tombado da Defensoria Pública de SP.

Brito declara que nunca teve negócios com coronel Lima no setor portuário e afirma que a MHA não foi beneficiada, seja direta ou indiretamente, pelo decreto do presidente Michel Temer, ele ainda nega ter conhecimento da existência de uma ‘caixinha no Porto de Santos’, para remunerar os aliados de Temer.

O empresário diz não saber se a Rodrimar ou qualquer outra empresa foi beneficiada pelo decreto.

Entre os depoimentos da última quinta (29), estavam o da engenheira Maria Eloísa Adnelsohn Brito Neves, cunhada de Brito e sócia-fundadora da Agerplan. Ela deixou a empresa em 2011, quando foi substituida por Lima.

Durante o depoimento a engenheira disse que estava tomando conhecimento de que o coronal a substituiu no contrato social da Argeplan. Neves alegou que não se recorda onde e em que momento se retirou da sociedade e declarou que suas funções na empresa eram exclusivamente técnicas, se abstendo de qualquer atividade na gerência da Argeplan.

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