Publicado em 06/11/2017 às 19h37.

Após reunião com Rui, deputado descarta ação do MST em Correntina

Eduardo Salles considerou que produtores saíram satisfeitos de reunião com o governador, pela postura "em defesa da propriedade privada"

Rodrigo Aguiar
Foto: Carol Garcia/ GOVBA
Foto: Carol Garcia/ GOVBA

 

Presidente da Comissão de Agricultura na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado Eduardo Salles (PP) afirmou que “ninguém assumiu a autoria do crime”, ao comentar a invasão de uma fazenda da empresa Igarashi, na última quinta-feira (2), em Correntina, no oeste baiano. O grupo ateou fogo nas instalações, destruiu maquinários, o sistema de energia e tratores no local.

Ao comentar as ações, o parlamentar adotou tom semelhante ao do governador Rui Costa (PT), que se referiu mais cedo aos responsáveis pelos atos como “um bando”, em entrevista à Aratu.

“Decididamente não tem nada a ver com MST ou nenhum movimento social”, afirmou Salles ao bahia.ba.

Em nota na qual cobrou medidas do Executivo baiano, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou que as ações “demandam elevado grau de planejamento, típico de organizações criminosas dotadas de comando centralizado e apoio logístico”.

Ao anunciar nesta segunda-feira (6) a instauração de um inquérito para apurar os episódios, a Polícia Civil informou que agricultores e pecuaristas residentes na região do Rio Arrojado, nos povoados de Praia, Arrogeando, São Manoel, entre outros, entraram na fazenda da empresa para protestar contra prejuízos que suas propriedades teriam com a captação de água para o sistema de irrigação da companhia.

A reportagem não conseguiu contato com representantes do Movimento Sem Terra. Políticos ligados à organização, como os deputados federal Valmir Assunção (PT) e estadual Marcelino Galo, estavam com os celulares desligados.

Por meio de nota, o MST negou envolvimento na invasão, mas disse apoiar “as ações de denúncia ao agronegócio, principalmente quando existe um processo de privatização de recursos naturais e investimentos antipopulares, que neste caso, afeta diretamente as comunidades camponesas localizadas nas proximidades das fazendas”.

“Segundo relatos, o projeto de irrigação da Igarashi e Curitiba estão (sic) secando os rios Carinhanha, Corrente e Grande, além de provocar queda de energia na região. Essa situação não é diferente de diversas outras localidades no estado que sofrem com as ações de empresas nos territórios, que para garantir uma maior margem de lucro, não levam em consideração o impacto que tais iniciativas possuem ao meio ambiente e nas populações”, escreveu a direção estadual do MST na Bahia.

Reunião – O deputado participou de uma reunião na tarde desta segunda, na Governadoria, junto com representantes de associações de produtores da região e considerou que eles saíram satisfeitos com a postura adotada por Rui, que anunciou uma investigação para descobrir quem comandou a invasão.

“Todos os presidentes de associações saíram satisfeitos com o posicionamento do governador em defesa da propriedade privada”, declarou Salles, ex-secretário estadual da Agricultura.

De acordo com o pepista, o mesmo grupo que invadiu a fazenda da Igarashi também cortou pés de maracujá na propriedade de um médio produtor.

Salles disse ainda que os órgãos ambientais esclareceram que a Igarashi está com o licenciamento e documentação regulares. A fazenda é conhecida pela produção de batata, cenoura, feijão, tomate, alho e cebola. Segundo o deputado, 60% da batata consumida no estado é produzida pela empresa.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.