As dez armas de Rui Costa para a reeleição
Assim como o prefeito ACM Neto, o governador reúne trunfos que serão usados à exaustão na campanha eleitoral de 2018; confira
Candidato à reeleição, o governador Rui Costa (PT) aposta em alguns trunfos para conseguir sacramentar o seu objetivo eleitoral em 2018. Assim como o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), o petista reúne evidências políticas e de gestão para se cacifar novamente junto ao eleitorado baiano, que o concedeu o mandato em 2014 com quase 3,6 milhões de votos.
O bahia.ba elencou 10 armas do atual chefe do Executivo estadual para se manter no Palácio de Ondina:
1 – Metrô e obras de mobilidade
Menina dos olhos do governo, o metrô de Salvador será usado à exaustão na campanha de 2018. A afirmação não é feita com base em futurologia, mas com base no pleito municipal de 2016, quando os candidatos aliados ao governador usaram a obra para atrair votos para si. Outro indicativo é a disputa em torno do modal. Os governos estadual, federal e municipal disputam, de todas as formas, a sua paternidade.
Além do metrô, o governador colocará na sua conta diversas obras de mobilidade na capital baiana. Como já dito por Rui, as intervenções “mudaram a cara” da cidade. Entre elas estão a duplicação da Avenida Pinto de Aguiar, o Complexo Viário Imbuí-Narandiba, as linhas Azul e Vermelha e a Estrada do Curralinho.
2 – Situação fiscal da Bahia
Outro fator que pode e, certamente, será usado pelo governador Rui Costa é o equilíbrio fiscal da sua gestão. Em entrevistas coletivas, Rui reiteradamente fala sobre as dificuldades de arrecadação e de repasses, mas ressalta que, mesmo com os obstáculos, o Estado tem mantido o nível de investimento em obras e conseguido manter os salários dos servidores e aposentados em dias.
Rui deve ainda mostrar que, mesmo com a arrecadação em queda livre e perto de estourar o limite de pessoal, promoveu concursos, como da Polícia Militar, e, se sair do papel, o da Educação.
3 – Presença no interior
Para fazer jus ao título de “Correria”, alcunha que “pegou” em suas redes sociais, Rui Costa tem intensificado as visitas ao interior. Recentemente, completou 300 viagens oficiais – sem contar idas do fim de ano, quando viaja para descansar. A agenda tem se intensificado, com a proximidade de 2018.
Como noticiado pelo bahia.ba, o governador tem “pernoitado” nas cidades e, em geral, vai autorizar início de obras quando o município comemora seu aniversário de emancipação – o que, naturalmente, já chama a atenção dos moradores.
4 – Construção de policlínicas e hospitais
Um dos assuntos que mais recebem atenção por parte do eleitorado, a saúde tem sido alvo constante de ações do governo. Como prometido na campanha anterior, o petista indicou a construção de policlínicas, que têm o objetivo de “desafogar” os grandes hospitais das cidades de maior porte e prestar atendimento a populações mais afastadas dos grandes centros.
Segundo Rui Costa, cada unidade tem investimento médio de R$ 24 milhões. Ainda este mês, o governador pretende inaugurar mais um centro médico em Ilhéus, além do primeiro hospital da Chapada Diamantina. “Nós reabrimos o Hospital de Ruy Barbosa e vamos colocar lá 20 leitos de UTI, o hospital de Brumado também vai ganhar 20 leitos de UTI, vamos fazer uma completa reforma no hospital de Senhor do Bonfim, que também vai ganhar 209 leitos de UTI, em Alagoinhas vamos ampliar o Dantas Bião e implantar mais 20 leitos de UTI, em Paulo Afonso pretendo iniciar as obras das Policlínicas. Vou construir mais 60 leitos no Hospital do Oeste e aumentar a produção”, projetou, em entrevista à Rádio Metrópole, em junho deste ano.
5 – Primeiro Emprego, Mais Futuro, Partiu Estágio
Três das principais ações da gestão são voltadas para a juventude. Elas, certamente, serão também trunfos do grupo petista para angariar votos. O Primeiro Emprego, como o próprio nome diz, pretende facilitar a procura pela primeira experiência profissional entre os estudantes da rede estadual da Educação Profissional. As vagas, 4,5 mil ao todo, são oferecidas no setor público.
O Mais Futuro oferece bolsa auxílio-permanência que varia de R$ 300 a R$ 600 para estudantes da rede de ensino superior estadual. O primeiro valor é destinado a alunos que moram até 100 quilômetros de distância da faculdade, enquanto o segundo é direcionado àqueles que vivem em locais mais distantes.
Já o Partiu Estágio objetiva ampliar as oportunidades para graduandos das redes pública e privada de ensino, desde que tenham concluído 50% do curso. O estágio tem duração de um ano, e oferece remuneração de R$ 455 além de auxílio-transporte.
6 – Número de prefeituras
Fator que pesa na soma eleitoral, o grupo liderado por Rui Costa tem um número maior de prefeituras sob o seu comando do que o grupo capitaneado por ACM Neto. No final das contas, o panorama pode mudar – tanto para mais quanto para menos –, a depender das alianças partidárias costuradas para 2018.
7 – Apoio de Otto Alencar
Um dos principais políticos em atuação na Bahia, o senador Otto Alencar garante que permanecerá junto ao governador Rui Costa, apesar das investidas do prefeito de Salvador, ACM Neto, e de pessoas próximas a ele.
O apoio de Otto é importante pela força do PSD no interior e pela capacidade de articulação política do senador, que hoje tem o seu partido à frente de 82 prefeituras, da Assembleia Legislativa da Bahia e da União dos Municípios da Bahia (UPB).
8 – Jaques Wagner no governo
A presença do ex-governador Jaques Wagner no secretariado de Rui Costa é um dos trunfos políticos para 2018. Wagner, quando governador, sempre foi bem avaliado pela população e mantém boa interlocução em Brasília – onde o trânsito do governador petista poderia ser prejudicado com a ascensão de Michel Temer. Além disso, Wagner consegue “destravar” um dos principais gargalos da gestão Rui: a interlocução política com a base.
9 – Fator Lula
Aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rui pode se beneficiar em todos os cenários que contêm, ou não, a presença do petista. Favorito para o cargo de presidente na Bahia, se for candidato, Lula puxa votos para Rui. Caso seja impedido de concorrer pela Justiça, Rui pode capitalizar o discurso de que Lula, favorito “do povo”, foi “retirado” do pleito.
10 – Afastamento do governo Temer
Um dos governos mais impopulares da história do Brasil, a gestão do presidente Michel Temer (PMDB) está dissociada da gestão Rui Costa. Por outro lado, é sabido pelo eleitor que Temer e ACM Neto têm ligações programáticas. Aliados do governador apostam que a proximidade do democrata com o peemedebista pode ser um tiro no pé da campanha do oponente, que aposta no distanciamento das questões nacionais em 2018. Rui, por outro lado, vai se posicionar contra as reformas impopulares e associar o rival a elas.
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