Publicado em 17/10/2016 às 10h35.

Assembleia de São Paulo era ponto de encontro para pagamento de propina

Esquema desviou verba de suco de laranja que seria servido na merenda escolar dos estudantes da rede pública do estado de São Paulo

Redação
Foto: Divulgação Alesp
Foto: Divulgação Alesp

 

As instalações da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) serviram como ponto de encontro para pagamentos de propina a dois ex-assessores do presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB), conforme o depoimento do principal delator da Operação Alba Branca ao Tribunal de Justiça. A parte da investigação relativa a dois contratos com o Estado, para entrega de R$ 11,4 milhões em suco de laranja, tramita no Tribunal de Justiça porque envolve Capez, que tem foro especial.

Conforme a Folha de S. Paulo desta segunda-feira (17), o delator Marcel Ferreira Julio, tido como lobista da Coaf, os pagamentos aos ex-assessores do gabinete do tucano Jéter Rodrigues Pereira e José Merivaldo dos Santos foram feitos em dinheiro vivo ao longo de 2015. Alguns desse encontros foram feitos na entrada, na área externa e até no restaurante da Alesp.

“Era feito em dinheiro, eles [membros da Coaf, sediada em Bebedouro] sacavam, vinham para São Paulo, a gente se encontrava em algum lugar e toda vez era pagamento em dinheiro, em alguns lugares na Assembleia, para os dois [ex-assessores]; fora, na entrada, no restaurante, sempre por ali”, disse Marcel aos investigadores.

Deflagrada no início do ano, a Alba Branca apura um suposto esquema de fraudes e desvios na merenda em contratos entre a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), prefeituras e a Secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Em um desses encontros, Marcel disse que o deputado conversou por telefone, na sua frente, com o então chefe de gabinete da Secretaria da Educação, Fernando Padula, para interceder pela Coaf. Em sua defesa, Capez afirmou em nota que repudia com indignação a tentativa de envolver seu nome com a Operação Alba Branca. Disse ainda que todas as testemunhas têm esclarecido que seu nome “foi usado” por terceiros.

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