Publicado em 19/02/2019 às 21h20.

Bebianno: Carlos Bolsonaro fez ‘macumba psicológica’ na cabeça do presidente

Ex-ministro da Secretaria Geral atribui ao filho do presidente o fator que levou à sua demissão

Redação
Foto: Reprodução/TV Bandeirantes
Foto: Reprodução/TV Bandeirantes

 

Ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno disse nesta terça-feira (19) que não foi demitido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, mas sim pelo filho dele, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), com quem teve um atrito através das redes sociais.

Bebianno, contudo, diz não entender de onde vem a oposição do vereador a ele. “Essa pergunta tem que ser direcionada a ele. Eu não tenho esse sentimento por ele [Carlos]”, disse em entrevista à rádio Jovem Pan.

O ex-ministro se tornou a primeira baixa no governo Bolsonaro após uma crise instalada no Palácio do Planalto, depois que a Folha revelou a existência de um esquema de candidaturas laranjas do PSL para desviar verba pública eleitoral.

O partido foi presidido por ele durante as eleições de 2018, em campanha de Bolsonaro marcada por um discurso de ética e de combate à corrupção. A entrevista de Bebianno à Jovem Pan foi baseada nos áudios divulgados nesta terça pela revista Veja, que contradizem tanto Bolsonaro como Carlos, que acusaram o ex-ministro de mentir sobre ter feito contato com o presidente.

A sequência de áudios enviados pelo aplicativo de mensagens WhatsApp tem início no dia 12 deste mês. Naquele dia, uma terça-feira, Bolsonaro ainda estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde se recuperava de uma cirurgia.

Segundo informações da Folha, Bebianno mostrou mágoa com a forma que foi demitido e pelo processo de fritura pública que antecedeu sua exoneração, publicada no Diário Oficial da União na última segunda (18).

“Minha indignação é a de ter servido como um soldado disposto a matar e morrer e no fim ser crucificado e tachado de mentiroso porque o Carlos Bolsonaro fez uma macumba psicológica na cabeça do pai”, criticou Bebianno.

O advogado que foi braço direito de Bolsonaro na campanha eleitoral afirmou que se preocupa com a agressividade excessiva do filho do presidente, que considera “acima do normal”. “Carlos não mede as consequências de seus fatos. Como você vai a público e chama uma pessoa de mentirosa?”, questionou.

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