Publicado em 06/11/2017 às 11h40.

Bellintani deixa prefeitura para se dedicar à eleição do Bahia

Em cinco anos no Executivo municipal, empresário passou pelas secretarias de Cultura e Turismo, Educação e de Desenvolvimento e Urbanismo

Rodrigo Daniel Silva
Foto: Alessandra Lori/ SECOPA
Foto: Alessandra Lori/ SECOPA

 

Desde o início na gestão do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), o empresário Guilherme Bellintani deixa oficialmente, nesta segunda-feira (6), o Palácio Thomé de Souza depois de quase cinco anos para disputar a presidência do Esporte Clube Bahia. Figura desconhecida no princípio, o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano (Sedur) virou peça relevante no tabuleiro da administração municipal.

Sem pertencer a campo político, Bellintani chegou ao Executivo municipal pelas mãos do advogado e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Fredie Didier, que, em um voo com o prefeito ACM Neto, sugeriu o nome do ex-titular da Sedur para o governo que começaria em janeiro de 2013.

Bellintani conta que, antes de assumir a pasta Cultura e Turismo (Secult) de Salvador, deixou claro a ACM Neto que não ficaria mais do que quatro anos no cargo, pois precisava voltar para a sua vida empresarial. Lá, sofreu resistência do trade turístico, que se queixava de ele não ser do meio.

Logo no segundo ano na Secult, adotou o polêmico sistema de exclusividade – baseado no modelo usado pela Fifa na Copa do Mundo – que permite apenas que as bebidas patrocinadoras dos eventos vendam nos circuitos da folia.

A medida até hoje é alvo de críticas da oposição e de parte dos foliões que curtem a festa momesca, já que cervejas concorrentes são apreendidas. Apesar disso, a prefeitura decidiu manter o projeto de olho na arrecadação. No ano passado, firmou acordo com a Ambev – dona da marca Skol – de R$ 30 milhões por ano.

Ainda na Secult, Bellintani foi responsável pelo fortalecimento do Réveillon da capital baiana e criou a “Casa Rio Vermelho e Obra de Jorge Amado e Zélia Gattai”, hoje, ao lado do Carnaval, considerados os maiores produtos culturais da cidade. Foi no dia da inauguração do museu sobre o escritor baiano que o empresário soube que deixaria a função.

O prefeito disse à época: “Sua vida acabou. Essa secretaria de ‘só notícias boas’ você vai ter que deixar para alguém. Você vai para uma secretaria mais porrada que é a de Educação”. Na Educação, Bellintani conquistou o objetivo de elevar o Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb), avaliado pelo Ministério da Educação (MEC), de 4 para 4,7.

Com o resultado, a capital baiana, que ocupava a última colocação no Ideb, ao considerar o ensino na rede pública, saltou nove casas e alcançou a 17ª posição no ranking.

Ainda na Smed, Bellintani implantou o projeto Agente da Educação, que, segundo a prefeitura, tem reduzido o índice de evasão escolar. No entanto, nem tudo foram flores na pasta. Lá enfrentou uma polêmica sobre um suposto desvio de peixes na merenda escolar.

O desempenho no Executivo municipal do ex-secretário causou ciúmes nos colegas e nos vereadores, que deixaram de comparecer a eventos do ex-titular para não demonstrar prestígio.

Benquisto pelo prefeito, Bellintani chegou a ser cotado para ser candidato ao Palácio Thomé de Souza, após o receio de ACM Neto de ser barrado judicialmente pela Lava Jato. A estratégia não vingou, mas ele foi convidado para o que se chamou, nos bastidores, de “supersecretaria”.

No início deste ano, assumiu a Secretaria de Desenvolvimento e Urbanismo, onde elaborou o projeto “Salvador 360” para modernizar a cidade. Dentro da proposta, desenvolveu o “Simplifica” e a construção de um Centro de Convenções no Aeroclube.

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