Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.
Bolsonaro e Kannário na festa de Momo: duelo para ver quem faz pior
Por ironia, ambos aliados, mas divergentes entre si (Bolsonaro tem o apoio de PMs e Kanário, a ojeriza)
Quem viu a folia de 2019 sob a ótica das aparições dos políticos que aproveitam o Reinado de Momo para vitaminar a popularidade notou que dois foram imbatíveis este ano: o presidente Bolsonaro e o cantor e deputado federal Igor Kanário. Por ironia, ambos aliados, mas divergentes entre si (Bolsonaro tem o apoio de PMs e Kanário, a ojeriza).
Bolsonaro postou nas redes sociais um vídeo de dois homens no carnaval paulista, um enfiando o dedo no rabo e na sequência permitindo que o outro lhe fizesse xixi na cabeça, para dizer que o carnaval está se transformando nisso.
Atirou no pé e se esborrachou por si. Esqueceu que ele é o presidente da República, tem lugar de fala privilegiadíssimo. Resultado: o caso deu repercussão mundial. Negativa, é óbvio. Aliados criticaram, os adversários caíram matando, alguns até pedindo o impeachment. Exageros à parte, ele esquentou o tempero com o calor da política em tempos em que o ódio dá o tom.
Apologia ao crime
Igor Kanário, que há muito para a PM é um misto de parlamentar (antes vereador em Salvador e agora deputado federal) e marginal, apareceu e reapareceu com o emblema do Comando da Paz, uma facção criminosa que faz concorrência ao PCC, dizendo estar homenageando o Coronel Ancelmo Brandão, comandante da PM baiana.
Não colou. Capitão Alden (PSL), deputado estadual, vai representar contra ele por quebra de decoro; o colega Soldado Prisco (PSC) vai processá-lo por apologia ao crime; e a deputada federal Dayane Pimentel, presidente do PSL na Bahia, em cuja coligação Kanário se elegeu, soltou nota dizendo que o considera ‘a escória’.
Em síntese, ganhou a unanimidade contra, dos policiais militares, por ironia, aliados de Bolsonaro, como ele.
A PM na Alba
A PM, que sempre teve boa representação na Assembleia, antes com Capitão Tadeu, Soldado Prisco e Sargento Isidório, agora também tem três deputados: Capitão Alden (PSL), Soldado Prisco (PSC) e Pastor Tom, que é cabo, se elegeu pelo Patriota, mas mudou para o PSL de Bolsonaro.
Aliás, a diferença de antes para agora é que os três fazem oposição a Rui Costa e também a Igor Kanário, que é aliado de ACM Neto.
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