Publicado em 26/03/2019 às 15h25.

Bolsonaro tenta acalmar a base, mas a inquietação é geral no País

Até o PSL, partido do presidente, está dividido sobre a Previdência

Levi Vasconcelos
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

Diz o presidente Bolsonaro que não vai fazer o jogo ‘da velha política’. Refere-se, presume-se, ao toma lá, dá cá, que sempre permeou as relações entre Executivo e Legislativo. Se assim não será, como vai ser? Ou melhor, qual é a nova política? Eis a questão: chuta a velha, mas não tem uma nova.

Resultado: o governo está destrambelhado na articulação. Entrou em atrito com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM–RJ), cobrando o andamento da reforma da Previdência, um projeto de iniciativa dele, querendo que a tramitação seja célere sem mover uma palha para isso.

Ora, até o PSL, o partido de Bolsonaro, está dividido sobre a Previdência. O líder, delegado Waldir (PSL-GO), chama de ‘abacaxi’. E Maia diz que Bolsonaro deve ‘largar o Twitter e cuidar mais da Presidência’.

Deserto

Isso incomoda até o empresariado, que tanto apostou em um tempo novo. Tanto que hoje, Paulo Skaf, presidente da poderosa Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), vai reunir 500 empresários e o governista convidado é o vice-presidente, general Mourão.

Claro que é algo sintomático. Até agora, satisfeitos com Bolsonaro mesmo só Donald Trump, presidente dos EUA, e Benjamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel.

Do primeiro nada pediu e nada teve. Do segundo, ganhou os inimigos. No conjunto da obra, está mal com todos, menos com os dois. Será que ele vai aguentar?

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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