Publicado em 17/01/2019 às 22h00.

CNJ investiga desembargadora que disse que Boulos ‘vai ser recebido na bala’

Marília Castro Neves, do TJ-RJ, já é investigada em outros cinco procedimentos disciplinares, todos relativos ao uso de redes

Redação
Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook

 

O Conselho Nacional de Justiça, por meio do ministro Aloysio Corrêa da Veiga, determinou a abertura de Pedido de Providências para apurar a conduta da desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).

Ela afirmou, em sua conta no Facebook, que, “depois do decreto do Bolsonaro”, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, “vai ser recebido na bala”.

Segundo o Estadão, o colegiado abriu o procedimento para apurar se a desembargadora teve ‘conduta vedada aos magistrados, em decorrência de postagens feitas por ela em redes sociais’. A desembargadora compartilhou um meme do perfil Eu Apoio Bolsonaro com a foto de Boulos e a frase: “a tristeza no olhar de quem sabe que vai ser recebido na bala depois do decreto do Bolsonaro”.

Boulos rebateu. “Essa desembargadora é um exemplo de como não deve se portar um magistrado. Ao invés de equilíbrio, ameaças. Tem arroubos nas redes sociais que deveriam envergonhar um adolescente. Atacou covardemente a memória de Marielle, ameaçou Jean Wyllys e agora incita a violência contra mim. Onde vai parar? Vamos tomar as providências jurídicas e esperamos que o Judiciário coloque limites a essa conduta inconsequente e flagrantemente ilegal”.

Segundo Corrêa da Veiga, tramitam no CNJ cinco procedimentos disciplinares contra a magistrada, todos relativos ao uso das redes sociais de forma incompatível com os “princípios que norteiam a conduta do magistrado”.

“Com a abertura do procedimento, foi dado o prazo de 15 dias para que a desembargadora se manifeste sobre as publicações. Após a resposta da magistrada, a Corregedoria do CNJ decidirá sobre a necessidade ou não de abrir processo administrativo para investigar a conduta”, afirma o CNJ, por meio de nota.

No seu perfil nas redes sociais, a desembargadora considerou a reação ao comentário sobre Boulos como “tipo de censura” e “discurso de ódio”, alegando que “É assim que começa a ditadura”.

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