Publicado em 24/04/2018 às 12h06.

Com a desistência de Neto, prefeitos debandam. Até que ponto isso influi?

A questão: e prefeito é tão importante numa eleição governamental? A história mostra que nem tanto

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Não mordas um prazer antes de ver se não há algum anzol escondido nele”

Thomas Jefferson, terceiro presidente dos EUA (1743-1826).

Foto: Carla Ornelas/ GOVBA
Foto: Carla Ornelas/ GOVBA

Diz Rui Costa que após a desistência de ACM Neto começou a contabilizar uma enxurrada de prefeitos da oposição. Mais de 90.

Neto minimiza. Diz que os mais expressivos ficaram na oposição, apoiando os aliados dele. Mas está implícito que houve muitas perdas.

Aliás, se comparado aos ganhos de 2016, uma ducha fria. Nas últimos eleições municipais os nove partidos principais da base de Rui elegeram 276 prefeitos dos 417 municípios, 45 a menos do que os 321 de 2012. Já os quatro principais da oposição, DEM, PMDB, PSDB e PRB, elegeram 109, ou 44 a mais do que os 65 de 2012, um sinal inequívoco de que a base governista diminuiu e a oposicionista cresceu.

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A questão: e prefeito é tão importante numa eleição governamental? A história mostra que nem tanto. Em 1986 Waldir Pires surrou Josaphat Marinho com o apoio de menos de 50. Em 2006, Jaques Wagner ganhou de Paulo Souto, um governador bem avaliado que tinha mais de 370. Mas num detalhe os prefeitos são determinantes, a eleição de deputado..

Diz-se nos meios políticos que é com deputado que prefeito afere prestígio. E de fato, é onde eles concentram mais o foco. É por esse viés que a bancada governista estima que a oposição aumentou o seu mix de dificuldades no pleito deste ano.

E eles, ao inverso, se sentem mais confortáveis.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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