Publicado em 25/09/2018 às 11h34.

Com Alckmin empacado, ACM Neto caminha para mais uma aposta perdida

"Me recuso a discutir que o Brasil ficará condenado a um segundo turno entre Bolsonaro e Haddad. Vamos com Geraldo até o fim e acreditamos na virada"

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Covardia é acumular as opções, nunca escolher, nunca errar, sequer ter algo para se arrepender”

Fabrício Carpinejar, poeta gaúcho (1972)

Foto: assessoria/prefeitura de Salvador
Foto: assessoria/prefeitura de Salvador

 

Se por estratégia ou convicção pessoal, sabe-se lá (é mais para a estratégia), mas ACM Neto declarou ao Estado de São Paulo que não entra no debate sobre um segundo turno entre Bolsonaro e Fernando Haddad:

— Eu me recuso a discutir que o Brasil ficará condenado a um segundo turno entre Bolsonaro e Haddad. Vamos com Geraldo até o fim e acreditamos na virada. Isso não é conversa fiada.

A pesquisa FSB/BTG Pactual e a do Ibope ontem divulgadas carimbam a tendência apontada por todas as outras já divulgadas, justo a que ele não quer: Bolsonaro ficou nos mesmos 33%, Haddad pulou de 16% para 23%, Ciro caiu de 14% para 10% e Alckmin subiu de 6% para 8% na FSB e 28% para Bolsonaro, 22% para Haddad, 11% para Ciro e 8 para Alckmin no Ibope.

Desacertos

Em síntese, todas as pesquisas sinalizam um segundo turno entre Bolsonaro e Haddad, o que para a oposição seria o coroamento de uma sucessão de desacertos após o impeachment de Dilma, em 2016.

Após a breve lua de mel de Temer com o poder, veio o escândalo Joesley que detonou a moral tucana, junto com Aécio Neves. Agora, Alckmin tenta dizer que quem elegeu Temer foi Dilma. Não cola

Depois vieram as malas de Geddel, a desistência do próprio Neto, a saída de João Gualberto de cena.

Aliás, Alckmin está na eminência de sofrer a maior das suas derrotas, algo inimaginável, pelo leque de apoios que formou. E com isso cria a cereja do bolo dos desacertos da oposição baiana.

O senador Magno Malta (PR-SC), de Santa Catarina, evangélico e coordenador da campanha de Bolsonaro, disse e repetiu domingo ante o Cristo da Barra, de cima do trio, a alto e bom som:

— Bolsonaro eleito uma das primeiras providências será tirar a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv e levar para Jerusálem.

Assustou até os bolsonaristas, que ficaram em silêncio. Vão meter o Brasil numa briga que ele nunca entrou.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.