Publicado em 29/03/2016 às 09h03.

Com licença às querelas da política, Soterópolis está em festa

Sabe lá Deus como surgiu o primeiro baiano, mas do primeiro soteropolitano há registros

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um”.

Fernando Sabino

Poeta mineiro (1923-2004)

Chegada de Tomé de Souza ao Brasil (Imagem Reprodução)
Chegada de Tomé de Souza ao Brasil (Imagem reprodução)

 

Com licença às querelas da política, Soterópolis está em festa

O dia 29 de março de 2016 é importante na história da República. O PMDB vai pular fora do governo (raridade desde que o partido foi fundado, já que a tradição é pular dentro). A certeza é que o governo Dilma, já cambaleante, fica bem perto do fim. No mais, para nós, mortais comuns, só incertezas.

Mas deem licenças nas querelas da política. Hoje também é aniversário da Cidade da Bahia, São Salvador ou Soterópolis. E ela merece nosso abraço.

Sabe lá Deus como surgiu o primeiro baiano, mas do primeiro soteropolitano há registros. E é disso que vamos falar. Conta Aydano Roriz, em O fundador, cujo tema é a chegada de Tomé de Souza para fundar Salvador, que um ano depois da chegada do nosso primeiro governador, nasceu o primeiro soteropolitano.

Lógico que a cidade, mato puro, cheia de indiazinhas, era um prato cheio para colóquios de índios com brancos, índios com negros e negros com brancos, mas o que contava era filho de branco com branco, pais cristãos.

Tomé exultou:
– Temos nosso primeiro são-salvadoreta!

Assim se expressou porque quem nasce em Lisboa é lisboeta. Mas o padre Manoel da Nóbrega, homem bom e culto, achou a expressão um tanto forte para um inocentinho, e sugeriu:
– Salvador deveria chamar-se Soterópolis. Em grego, sóter é salvador e pólis cidade. Portanto ele é um soteropolitano.

Colou, evidentemente com o jeitinho baiano, não calculado por Nóbrega. 467 anos depois, soteropolitano é todos aqui nascidos, nessa imensurável mistura e raças e credo.

Nosso abraço a todos eles.

Foto: Divulgação/Codeba
Foto: Divulgação/Codeba

 

Enfim, o terminal

O governo federal, finalmente, vai lançar hoje, no dia em que Salvador completa 467 anos, o edital para o arrendamento do Terminal Marítimo de Passageiros do Porto.

Presente de aniversário? Digamos que sim, mas nem tanto. O tal terminal deveria estar funcionando plenamente desde a Copa do Mundo, dois anos atrás. Rui Costa, antes como secretário e agora como governador, bateu muita perna em Brasília para ver acontecer.

Que seja bem-vindo. Como diz o presidente da Codeba, o novo terminal é mais que um terminal. Para além de um núcleo de apoio turístico, pretende ser também uma nova área de convivência para os soteropolitanos.

O parto foi doloroso, mas aconteceu.

Ouros travados

Aliás, Rui Costa se gaba de estar destravando aos poucos os legados da Copa emperrados.

Primeiro, foi o metrô, depois, a piscina olímpica, ontem inaugurada, e, finalmente, o terminal do porto.

Falta destravar o empréstimo de R$ 800 milhões para bancar a parte governamental do metrô. Está em Brasília aguardando Dilma mandar para o Senado

Na lista

Na lista da Odebrecht com 300 nomes – que o juiz Sérgio Moro mandou para o STF peneirar e olhar quem obteve doações legais e quem recebeu propina –, 37 são baianos.

É o quarto estado com mais beneficiários. Só perde para São Paulo (57), Rio Grande do Sul (47) e Rio de Janeiro (42).

Por partido, lideram os três maiores: PT tem, 76; PSDB, 49; e PMDB, 41.

 

Pedágio Candeias (Foto Reprodução Portal Candeias)
Pedágio Candeias (Foto Reprodução Portal Candeias)

 

Assalto no pedágio

Alguns dos que voltaram do feriadão, domingo à tarde, pela BR-324, enfrentaram uma situação indigesta, além da demora gerada pelo longo engarrafamento: no pedágio de Candeias, bandidos atacaram.

Saíram assaltando em arrastão. A Via Bahia diz que não soube de nada.

Novos rumos

Aliado do prefeito Paulo Cézar (PDT), de Alagoinhas, nas duas últimas eleições, o deputado federal Jairo Azi (DEM) está desembarcando do governo do município, onde tem algumas secretarias.

A razão é simples. Ele vai apoiar este ano o candidato do partido dele, Joaquim Neto, ex-prefeito de Sátiro Dias que, por sinal, vai entrar no páreo em condições bem competitivas.

Paulo Cézar quer apoiar a ex-deputada Sonia Fontes, hoje secretária.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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