Publicado em 29/11/2018 às 12h05.

Comenda para Cacique Babau traz polêmica do sul da Bahia para a Alba

O deputado Targino Machado (DEM) protocolou requerimento pedindo o cancelamento da homenagem porque o dito cujo ‘já foi preso’

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Nem tudo são flores nos meses de primavera. Voam marimbondos…”

Leila Míccolis, poetisa carioca (1947)

Foto: cimi.org
Foto: cimi.org

 

Rosivaldo Ferreira da Silva, ou Cacique Babau, como é conhecido, líder tupinambá de Olivença, em Ilhéus, figura odiada por fazendeiros de Buerarema, Una e Canavieiras graças a sucessivos conflitos por terras que já resultaram em muitas mortes, virou polêmica na Assembleia anteontem.

Cacique Babau vai receber amanhã a Comenda 2 de Julho. Anteontem, o deputado Targino Machado (DEM) protocolou requerimento pedindo o cancelamento da homenagem porque o dito cujo ‘já foi preso’. Apresentou documentos das prefeituras de Una e Buerarema justificando a queixa.

Sem critérios

O autor da homenagem foi o deputado Marcelino Galo, que é da esquerda do PT e diz ter consciência do que fez.

—Eu proporia de novo do mesmo jeito.

O deputado Robinho (PP), que é do extremo sul, e também da base de Rui, não gostou. Chamou Babau de ‘invasor de terras’ e ‘ladrão’.

A homenagem foi aprovada em 23 de outubro num pacote que inclui 65 outros homenageados (entre eles, o publicitário Nizan Guanaes, a cantora Bela Gil, bispos, militares num mutirão para votar projetos de deputados.

Diz o deputado Rosemberg Pinto (PT) que o xis da questão é que as homenagens se banalizaram, não há critérios sérios rígidos:

— Imagine que tem homenageado que nem aparece.

Mas Babau vai.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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