Publicado em 21/12/2017 às 09h03.

Como diria Raul, o caminho de ACM Neto ‘é tão fácil seguir, por não ter onde ir’

Ele é apontado por alguns como o "príncipe herdeiro". Herdou a grife do avô e se firmou nesse campo. Ele pode até não querer, mas vai ter que ir

Levi Vasconcelos

Frase da vez

 

“Me disseram que quem sonha alto o tombo é grande. Só que se esqueceram de me perguntar se eu tenho medo de cair”

Bob Marley, cantor jamaicano, o rei do reggae (1945-1981).

 

Foto: Gilmar Castro/ Ag. Haack/ bahia.ba
Foto: Gilmar Castro/ Ag. Haack/ bahia.ba

 

No (tradicional) encontro de fim de ano com jornalistas ontem no Sheraton, ACM Neto admitiu que reflete sobre uma possível candidatura ao governo, mas não decidiu:

— Num shopping, uma mulher me perguntou se eu ia me candidatar a governador. Respondi: se eu disser que não sei, você vai acreditar? Acredite: essa decisão ainda não foi tomada. Nada antes do carnaval. A condição é que o povo de Salvador queira.

E dá para acreditar? Não. A questão básica é que Neto, nos seus dois mandatos como prefeito de Salvador, se consolidou como o grande líder da oposição. Sob a batuta dele estão 15 deputados federais cuja grande maioria vai tentar a reeleição e 21 estaduais, além dos novos postulantes.

Neto diz que no conjunto dos seus aliados há nomes capazes de cumprir a missão. Quem? Também não tem. Ele é apontado por alguns como o “príncipe herdeiro”. Herdou a grife do avô e se firmou nesse campo.

Ele pode até não querer, mas vai ter que ir. Os aliados dele exigem.

 

Rui, a pedra

No encontro, Neto voltou a bater em Rui. A creditar uma suposta falta de credibilidade fiscal do governo baiano o corte do empréstimo imposto por Temer.

No povão, o fato é que Rui Costa é acreditado e Neto tenta desconstruir isso. Cola?

O povo gosta de ver é resultados. A engrenagem de cima só é preferencial quando tem falcatrua. E por esse viés, os dois vão bem.

 

Novos paradigmas

Neto avalia que a influência federal, decisiva nos últimos tempos na Bahia, em 2018 não terá tanto peso. Ele cita que, mesmo se Lula vier a ser candidato, em tese o pior dos cenários para ele, já não é a mesma coisa:

— Antes eles tinham o poder, a máquina federal e a estadual. Agora, não. E Lula já não é o suprassumo e nem o herói.

 

O tititi das alianças

Sobre o tititi em torno de uma possível aliança com o PP, do vice-governador João Leão, ele diz que prefere não falar:

— Em Brasília, eu converso muito com líderes do PP e do PR. Não quer dizer que eu converse sobre as coisas da Bahia. Já decidi que, sobre esse assunto, eu só falo quando o martelo estiver batido, se for o caso.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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