Publicado em 09/03/2019 às 17h30.

Coronel acusa Lídice de seguir ditado ‘farinha pouca, meu pirão primeiro’

O embate público entre o senador e a deputada federal, sobre projeto que propõe fim da cota feminina, ganhou ares de briga neste sábado

Rodrigo Aguiar
Foto: Sandra Travassos/ALBA
Foto: Sandra Travassos/ALBA

 

O embate público entre o senador Ângelo Coronel (PSD) e a deputada federal Lídice da Mata (PSB) ganhou ares de briga neste sábado (9).

O pano de fundo é o projeto de lei apresentado pelo senador para acabar com a cota feminina na política, mas os dois são desafetos desde o ano passado, quando disputaram uma vaga na chapa majoritária do governador Rui Costa (PT).

Em meio à discussão recente, iniciada pouco antes do Carnaval, Coronel escreveu no seu Twitter que Lídice, assim como a colega Alice Portugal (PCdoB) e as deputadas estaduais Fabíola Mansur e Olívia Santana foram eleitas “por mérito”.

Lídice e Alice rebateram Coronel e a ex-senadora questionou a motivação do senador para apresentar o projeto.

“Desde 1996 temos políticas de cotas e só agora, quando mexeu no bolso, quando tem Fundo Partidário envolvido, virou essa grita”, declarou Lídice.

No ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garantiu a aplicação de no mínimo 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e do tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV para as candidaturas de mulheres.

Em sua tréplica, Coronel acusou a socialista de seguir o ditado “farinha pouca, meu pirão primeiro” e disse que a parlamentar “deveria ser mais condescendente com suas companheiras de partido na repartição do fundo eleitoral”.

“Ela [Lídice] realmente não se incomodou com a ‘bolsa’ pois abocanhou 98% dos recursos do fundo eleitoral para sua campanha enquanto a outra mulher candidata a federal [Maria da Luz], incentivada por ela, recebeu menos de 2% do fundo eleitoral. Ressalto que nenhuma das duas foram candidatas por força da lei de cotas”, escreveu o senador, em mensagem ao bahia.ba.

O senador também cutucou a distribuição dos recursos no âmbito estadual pelo PSB, partido presidido por Lídice na Bahia.

“Para candidaturas a deputada estadual, a presidente do PSB Lídice da Mata foi mais democrática no incentivo e lançamento de três novas mulheres e mais a tradicional reeleição da deputada Fabíola. Na distribuição do fundo eleitoral, já se nota que também para deputado estadual no PSB antiguidade é o que vale, por isso a deputada Fabíola, candidata a estadual, recebeu pouco mais de 83% das verbas partidárias”, acrescentou.

“Realmente uma grande força a senhora Lídice da Mata, presidente do PSB, faz para inclusão de novas mulheres na política, contanto que não toque na sua cota dos valores do fundo partidário”, finalizou o senador.

Conforme o TSE, a definição dos critérios de distribuição do FEFC aos candidatos de cada partido é uma decisão interna corporis das legendas, e que não cabe à Corte analisar o mérito dos critérios fixados, exceto em relação à cota de gênero.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.