Publicado em 16/12/2015 às 09h45.

De Ponta a Ponta: Entra e sai de prefeitos marca Campo Formoso

Terra das esmeraldas, Campo Formoso é pródiga também em prefeitos. Foram três de 2013 para cá

Elieser Cesar

Além das esmeraldas, pelas quais é conhecida internacionalmente, Campo Formoso, no centro-norte da Bahia, é também pródiga em prefeitos. Somente nos últimos três anos, três alcaides se revezaram na prefeitura local. Isso sem contar o prefeito eleito em 2012, Adolfo Menezes (PSD), que, alvo de processo sob a acusação de fazer campanha fora do período determinado pela justiça eleitoral, decidiu não tomar posse com receio de, uma vez cassado, perder também o mandato de deputado estadual para o qual foi reeleito em 2014.

Com a decisão de Menezes, assumiu a prefeitura o vice, Eurico Soares, também do PSD. Ele foi afastado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e, em seu lugar, assumiu o presidente da Câmara, Elmo Nascimento, irmão do deputado federal Elmar Nascimento (DEM), maior adversário de Adolfo Menezes na política de Campo Formoso.

O terceiro prefeito a tomar posse foi o vereador Nagy Martins (PHS), que tomou o lugar de Elmar duas vezes, primeiro como presidente e, depois, no comando da administração municipal, com afastamento do primeiro. Quando assumiu a prefeitura, Nagy denunciou um rombo de R$ 13 milhões deixado pelo seu antecessor, mas não chegou a esquentar a cadeira de prefeito. Quatro meses depois, a mesma justiça eleitoral reconduzia Eurico Soares à chefia do Executivo municipal. O cargo é tão instável como a situação dos garimpeiros pobres que sobem a Serra da Carnaíba, a 42 km da sede do município, em busca de esmeraldas.

A instabilidade institucional na cidade é tanta, que lá se costuma dizer que, quando se ouve o espocar de um foguete, é sinal de que algo de novo aconteceu na política. “Se escuto fogos, corro logo para a rua para ver o que é”, conta o estudante campo-formosense Luan Silva. Entretanto, novidade é justamente o que falta nos quadros da política local, disputada entre três forças: uma liderada pelo deputado Adolfo Menezes (estadual), outra por Elmar Nascimento (federal) e a terceira pelo ex-deputado estadual Zé Santana, que foi prefeito por três vezes.

Para 2016, Menezes, que não será candidato, trabalha com uma solução doméstica e “mui caseira”: o nome da mulher, Denise, ou da irmã Rose Menezes. “Vou continuar trabalhando para que o candidato saia entre um dos dois nomes, Denise ou Rose”, admitiu o parlamentar ao site Campo Formoso Notícias. Zé Santana era aliado dos irmãos Nascimento, mas rompeu com eles e deverá ser candidato. Elmo Nascimento também. São os três caçadores das esmeraldas que alimentam as urnas: os votos.

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