Publicado em 07/12/2015 às 14h32.

De Ponta a Ponta: Eunápolis

Ex-prefeito, deputado Robério Oliveira (PSD) é favorito em 2016, mas não admite candidatura. Ex-aliado, Neto Guerrieri (PP) quer puxar corda

Elieser Cesar

Em Eunápolis, no extremo sul da Bahia, o deputado estadual e ex-prefeito do município Robério Oliveira (PSD) dá as cartas e, para os seus aliados, só não será prefeito outra vez se não quiser. Em 2012, o atual parlamentar bancou a candidatura de Neto Guerrieri, que no começo da campanha eleitoral tinha apenas 3% de intenção de votos, mais acabou por vencer a eleição com 32.844 votos (45,43%), contra 15.794 (21,85%) de Cordélia Torres (PMDB) e 1.437 (1,99%) de Claudionor Nunes, do PSOL. Uma vez na Prefeitura, Guerrieri resolver declarar independência do seu padrinho político e se filiou ao PP, do vice-governador João Leão. Para contrariar ainda mais o principal responsável pela sua eleição, Neto Guerrieri nomeou adversários históricos de Robério, como três secretários do PT, espaço considerado por muitos desproporcional à importância da sigla para a administração dele.

 

Na cidade, o prefeito tem dito que não será candidato à reeleição, mas age como tal. Tanto que contratou uma agência de publicidade para melhor divulgar as obras de sua gestão. Já Robério Oliveira também não se decidiu se será candidato ou apoiará outro nome. Se for, é tido como franco favorito na disputa. Porém, ele está envolvido com outra campanha a apenas 62 km de Eunápolis: a de reeleição da mulher dele, a prefeita de Porto Seguro, Cláudia Oliveira. Robério mantém silêncio sobre as suas pretensões eleitorais em Eunápolis, que até meados da década de 1980 era considerado “o maior povoado do mundo”, como orgulhosamente se jactavam os habitantes da localidade. Há até quem acredita que ele não precisa fazer campanha para se eleger prefeito novamente.

 

Não é o que pensa, por exemplo, Maria Menezes (PSB) que já foi vice de Robério e é vice de Guerrieri, em um arranjo político montado pelo deputado estadual. Em 2012, Maria Menezes era líder nas pesquisas, mas aceitou ser vice de Neto Guerrieri, então com apenas 3% da preferência do eleitorado. Agora, ela já anunciou que também mira na Prefeitura. Para facilitar ainda mais a vida de Robério Oliveira, o ex-deputado estadual e também ex-prefeito Paulo Dapé (PMDB) caiu na Lei da Ficha Limpa e está inelegível. Na cidade, fundada para homenagear o ex-secretário de Viação e Obras Públicas, Eunápio Peltier de Queiroz, Robério Oliveira parece estar com a corda toda; corda que Guerrieri, embora não admita publicamente, quer puxar.

 

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