Publicado em 05/12/2015 às 07h08.

De Ponta a Ponta – Resumo da semana

Mapa político de Candeias, Luís Eduardo Magalhães, Irecê e Santo Amaro

Elieser Cesar

CANDEIAS

 

Em Candeias, na Região Metropolitana do Salvador, a novidade da semana foi a ex-prefeita Tonha Magalhães (PR) e o filho dela, o ex-deputado estadual Júnior Magalhães, entrarem no páreo para a corrida sucessória. Primeiro Júnior Magalhães, depois a mãe,

Ainda continua em fogo brando, embora não faltem pré-candidaturas a prefeito para acender a fogueira eleitoral. Na cidade , a ficha suja parece pairar sobre os tradicionais representantes das oligarquias locais, como os grupos políticos da ex-prefeita Maria Maia, cujo mandato foi cassado pela justiça eleitoral, em 2012, e Tonha Magalhães, às voltas com problemas judiciais.

Em Candeias, Lei da Ficha Limpa pode embolar a eleição/Imagem: Domínio público
Em Candeias, candidatos na mira da Lei da Ficha Limpa/Imagem pública

Lá, o prefeito Francisco Conceição, o Sargento Francisco (PSD), não pode se candidatar porque vem exercendo o segundo mandato consecutivo, O deputado estadual Sargento Isidório, o segundo mais votado para a Assembleia Legislativa da Bahia, em 2014, com mais de 123 mil votos, trocou o domicílio eleitoral de Candeias para Salvador, para se candidatar a prefeito, com a bênção de Rui Costa. Na sua cidade, Isidório vai apoiar Carlos Martins, o pré-candidato do PT de Rui Costa.

No município, apresentam-se também como pré-candidatos, o vice-prefeito Bom Jorge, de malas prontas para o PSD, pulo que o credencia para ser o candidato do prefeito, ex-vereador e secretário de Esportes, Antônio Gilson, o Bobó (atualmente sem partido), a vereadora Marivalda Silva (PT), o presidente da Câmara, Gil Soares (PTB), e o ex-vereador Jair Cardoso (PDT). Um dos pré-candidatos com poucas chances admitiu que a campanha deve se polarizar entre os grupos de Tonha Magalhães (ela ou quem ela apoiar) e Carlos Martins, com a bênção do governador Rui Costa.

 

 

LUÍS EDUARDO MAGALHÃES

 

Luís Eduardo Magalhães, antigo Mimoso do Oeste, há 15 anos desmembrado de Barreiras, e celeiro do agronegócio na Bahia, o atual prefeito, Humberto Santa Cruz (PP), foi reeleito em 2012, e não pode mais se candidatar no próximo ano, mas tem um importante cabedal eleitoral: é bem avaliado e pode fazer o sucessor.

Ele ainda não definiu seu candidato. O mais cotado é o secretário de Agricultura (pasta estratégica), Carlos Koch. Para carimbar a sorte da situação, o grande adversário de Santa Cruz no município, o ex-deputado federal e ex-prefeito Oziel Oliveira (PDT), engloba uma lista maldita para os gestores públicos, o rol dos fichas sujas.

Piada local: filho de LEM é o que?... Neto de ACM/Imagem pública
Piada local: filho de LEM é o que?… Neto de ACM/Imagem pública

Ganha força no município a candidatura de Ondumar Júnior, que assumiu a presidência do diretório do PSDB local. Em 2014, ele obteve 16 mil votos para deputado estadual na cidade, números que não foram suficientes para sua eleição. Ondumar, contudo, tem um rival na pré-candidatura, Dr. Luciano, do DEM. Os tucanos são fortes em Luís Eduardo Magalhães, um dos cinco municípios da Bahia onde o candidato a presidente da República Aécio Neves venceu Dilma Rousseff, do PT, que apoiou o nome do empresário Antônio Franciosi (PP) para as eleições de 2016.

No antigo Mimoso do Oeste, circula uma piada que já entrou para o folclore político da região:

– Quem nasce em Luís Eduardo Magalhães é o quê?

– Neto de ACM

 

 

IRECÊ

— Irecê já foi a terra do feijão, mas hoje, só tem feijão na panela e não mais na produção.

O lamento é do ex-prefeito e ex-deputado estadual, Zé das Virgens, do PT, que perdeu a condição de se reeleger em 2012 e pretende, no próximo ano, disputar a quinta eleição para a prefeitura local.

Zé das Virgens tem mais obstáculos do que o normal. Além de tentar uma difícil composição com o também ex-prefeito e ex-deputado Joaci Dourado, ele terá pela frente o prefeito Luizinho Sobral (PTN), bem avaliado e favorito absoluto nas pesquisas de intenção de votos, por sinal, dono de uma meteórica e bem sucedida trajetória: vereador em Salvador, deputado estadual e até agora prefeito.

Irecê já foi a terra do feijão/Imagem pública
Irecê já foi considerada a terra do feijão/Imagem pública

Também anunciaram a pretensão de se candidatar os vereadores Pascoal Martins (PCdoB) e Tertuliano Libório, o Tertinho (PTB), o engenheiro agrônomo Zé Duarte (PSD), filho do empresário e político José Duarte, o ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codesvasf), Elmo Vaz (também do PSB), o advogado Eduardo Araújo (PTB) e o pastor Paulo Freire (vice de Zé das Virgens em 2012, pelo PRP, e atualmente sem partido).

Já o ex-prefeito e ex-deputado federal Beto Lélis está inelegível e patrocina a candidatura da mulher dele, Isadora (Dorinha) Lélis.

Mas lá se diz que no frigir dos ovos só devem ficar as candidaturas do prefeito, a encabeçada pelo PT e a do PMDB, que pode representar uma terceira via, as três mais competitivas.

 

SANTO AMARO

Santo Amaro da Purificação, o povo lá vive dias agitados com a sucessão do prefeito Ricardo Machado (PT). Não pense que 2016 chegou mais cedo lá. A expectativa é a de que ela vai acontecer já, nos próximos dias. Isso porque, na semana passada, a justiça eleitoral, de uma só canetada, cassou seis dos 15 vereadores, quase a metade da Câmara, inclusive o presidente Luciano Caldas (PSL), todos acusados de vários crimes eleitorais. como a contratação de eleitores em caráter temporário no período eleitoral. De quebra, todos estão inelegíveis por oito anos. E no mesmo pacote estão o prefeito Ricardo Machado e o vice Leonardo Pereira (PSB).

O grupo se estrepou graças a um ardil da promotora Cleide Ramos. Na campanha de 2012, ela fingiu-se de eleitora e foi às ruas verificar denúncias que lhe chegavam. Pegou todos com as mãos na botija, construindo um leque de provas tão contundentes que surpreende o julgamento ter demorado tanto.

Se Ricardo sair, terá que haver nova eleição, pela via indireta. Ou seja, a Câmara vai eleger. E dentro disso o vereador Justino Oliveira Santos (PP), com cinco mandatos e probidade reconhecida, é o favorito. Ricardo Machado foi reeleito em 2012, não poderia ser candidato em 2016. Estava ensaiando lançar o vice Leonardo, agora na iminência de também ficar inelegível.

Em Santo Amaro, a dúviuda é: em quem votar? /Dominio público
Em Santo Amaro, a dúvida é:  em quem votar?/Imagem pública

 

 

O ex-vereador Flaviano Bonfim (PTB), até a cassação em massa, despontava como líder das pesquisas. Agora, a pergunta que se faz: e se Justino se eleger prefeito com a cassação de Ricardo, como fica o cenário? A resposta a essa pergunta é outro motivo de agito na política local. O que ninguém tem dúvida em Santo Amaro é que 2016 será diferente.

A maior dúvida do eleitor de Santo Amaro é quem votar, diante do pacote de cassações na terra onde, segundo o filho ilustre Caetano Veloso, “o imperador fez xixi”. Hoje, fichas sujas é o que não falta por lá.

 

 

 

 

 

 

 

 

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