De Ponta a Ponta – Resumo da Semana
Mapa político de Lauro de Freitas, Alagoinhas, Juazeiro, Ilhéus e Barreiras
A pouco menos de um ano das eleições municipais, publicaremos diariamente detalhes sobre os movimentos dos atores principais nos 50 mais influentes municípios baianos, além de acompanhar os fatos que julguemos relevantes no conjunto.
Na última semana cinco cidades baianas protagonizaram o “De Ponta a Ponta”: Lauro de Freitas, Alagoinhas, Juazeiro, Ilhéus e Barreiras
LAURO DE FREITAS (112.206 eleitores)
Lauro de Freitas é tão colado com Salvador, mas tão colado que em alguns pontos os dois municípios se embolam, como a área de Ipitanga, que até dois anos atrás pagava IPTU em Lauro e recebia a recíproca em serviços, mas quando se fala em política, aí muda tudo, Lauro assume com todo vigor a sua identidade municipal.
E lá, a conversa gira em torno do prefeito Márcio Paiva (PP), que está muito mal avaliado, e a antecessora dele, a deputada federal Moema Gramacho. Os dois ainda não admitiram publicamente que estarão na disputa, mas é quase certo que sim.
Eleito em 2012, com 53% dos votos contra 46% do candidato do PT, João Oliveira, o médico Márcio Paiva vive escaldado por um alto índice de impopularidade, problema comum para todo prefeito que tem um antecessor bem avaliado.
A administração dele é muito criticada principalmente na área em que ele é especializado, a saúde. Márcio Paiva fechou o Hospital Jorge Nóvis e tentou colocar como secretário municipal de Saúde o vereador Alexandre Marques, presidente estadual do PRP, que sequer é do ramo.
Se a situação enfrenta problemas, a oposição exibe um sorriso de orelha a orelha. Na visita de Dilma a Barreiras, João Leão, vice-governador e ex-prefeito em Lauro, cogitou até a possibilidade do ‘casamento’ entre Moema e o filho dele, o deputado federal Cacá Leão.
Moema fica na dela:
– Se der, tudo bem. Mas eu não pedi e nem corro atrás disso. Eu ainda nem
O candidato do DEM será o ex-vereador Chico Franco, com apoio do prefeito de Salvador ACM Neto, e dos deputados federais José Carlos Araújo e Paulo Azi. Outro nome citado é o vereador Manoel Carlos, o Carlucho (PSB). Sangue novo na política local, o empresário Luiz Bacelar se lançou candidato, pelo Pros, com o aval do deputado estadual David Rios.
Mas a briga é mesmo entre Márcio e Moema. Ou o duelo MM, como se diz lá.
ALAGOINHAS (106.357 eleitores)
Município que experimentou um dos maiores processos de industrialização da Bahia, por conta principalmente da implantação da indústria de bebidas, puxada pela Schincariol, Alagoinhas caminha novamente para uma eleição polarizada entre o grupo político do prefeito Paulo Cézar (PDT) e do deputado estadual e ex-prefeito Joseildo Ramos (PT).
Em 2012, Paulo Cézar, que tinha como vice Geraldo Almeida (PP) foi reeleito com 46. 260 votos (61.08% do total) contra 23.947 (31,62%) de Joseildo, cujo vice foi Hugo Leonardo (PCdoB), e 5.519 ((7,28%) de José Gilvan dos Santos Nobre (PSC). Como não pode se candidatar, o prefeito vai apoiar sua secretária de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano, a ex-deputada estadual Sônia Fontes. Um arranjo curioso, já que, enquanto os trabalhistas se afastam do governador Rui Costa, a candidata do prefeito é filiada ao partido da senadora Lídice da Mata, da base aliada do Governo.
Também está firme no páreo, o médico Joaquim Neto (DEM) por três vezes prefeito de Sátiro Dias, município vizinho, que conta com o apoio do grupo político do prefeito de Salvador, ACM Neto e do deputado federal Paulo Azi, filho de Jairo Azi, deputado federal por vários mandatos, falecido em 2000.
Já o PMDB deverá marchar com o ex-presidente da Câmara, Gustavo Carmo, enquanto o ex-deputado Filadelfo Neto (PTN) teve a pré-candidatura lançada.
Em Juazeiro, nas barrancas do Rio São Francisco, o prefeito Isaac Carvalho (PCdoB) faz mistério e ainda não anunciou seu candidato, já que está fora da corrida sucessória. Isaac foi reeleito em 2012, com 55.982 votos (55,58% dos sufrágios válidos) contra 42.037 (40,99%) de Márcio Jandir, então no PV, 3572 (3,48%) de Jane (PSL) e 975 (0,95) do Professor Paulo José (PSOL).
Mas lá, 2012 ainda se relfete forte sobre 2014. Para honrar o compromisso estadual com o PCdoB, o PT tirou o ex-prefeito Josep Bandeira do páreo na marra. Josep mudou para o PDT e agora não quer conversa: bate pé firme que é candidato e é líder nas pesquisas. O problema dele é ele. Tem problemas na justiça, com contas rejeitadas.
Já Márcio Jandir saiu do PV e foi para o DEM. Está no páreo, claro. Conta com o lastro que fez em 2012, enquanto o PMDB fala no nome de Wank Medrado e o PTdoB aposta suas escassas fichas na vereadora Suzana Ramos. Pelo DEM, ainda é postulante Amilton Ferreira e pelo PSDB, Bené Marques também colocou seu nome junto ao de Leonardo Bandeira.
Por fim, o PTC lançou, em seu III Encontro Regional, realizado domingo passado em Juazeiro, a pré-candidatura de Telma Marineide. Todos os pré-candidatos das oposições compareceram ao evento e pregaram união.
Em Ilhéus, a terra de Gabriela, o prefeito Jabes Ribeiro (PP), candidato à reeleição, pilota uma administração muito criticada, e admite:
– Eu peguei uma prefeitura muito esculhambada. Só a partir deste ano conseguimos dar alguma arrumação para o povo perceber.
O que impressiona em Ilhéus, é o número de pré-candidatos no páreo: só o PSB tem três, o deputado federal Bebeto Galvão, o ex-presidente da Câmara, Jailson Nascimento e Vivaldo Mendonça, o Vivaldo da Car.
O PT tem Carmelita Ângela, o PSD vai, por enquanto, com Mário Alexandre, o Marão, filho da deputada Ãngela Souza, o PTB com o historiador Zé Nassau, o PSDB com Paulo Ganen, o PDT com o vereador Cosme Araújo, o DEM com João Gomes, o PSC com o vereador Gurita e o PEN com Diran. Fala-se ainda numa possível candidatura do deputado estadual Pedro Tavares (PMDB), mas o parlamentar nega a intenção de se candidatar e garante que apenas está participando das discussões para derrotar Jabes.
Capital do oeste baiano, localizada na última fronteira agrícola em expansão no país, Matopiba (acrônimo para Maranhão, Tocantis, Piauí e Bahia), Barreiras, viveu em 2012 uma das eleições para prefeito mais polarizadas do Estado.
Os três principais candidatos, Antônio Henrique (PP), Zito Barbosa, então no PMDB, e a ex-prefeita e ex-deputada federal Jusmari Oliveira (PSD) chegaram a boca da urna em empate técnico nas pesquisas.
Antônio Henrique venceu com uma diferença de apenas 507 votos para Tito, o segundo colocado, e 1084 para Jusmari, a terceira. O prefeito eleito obteve 23.108 votos (26,37%) contra 22.601 (25,79%) de Tito e 22.024 (25,13%) de Jusmari.
Em 2016, a polarização Antônio Henrique x Zito Oliveira (agora no DEM) deve se repetir
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