Publicado em 15/09/2017 às 10h20.

Defesa de Geddel pede liberdade com base em site de ‘fake news’

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) negou que os políticos presos na Papuda sejam ameaçados

Alexandre Galvão
Foto: Reprodução/ TV Globo
Foto: Reprodução/ TV Globo

 

A defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), capitaneada pelo advogado Gamil Föppel, argumentou que o político baiano “corre risco” de ser “estuprado” no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, ao pedir a prisão domiciliar ou transferência para um presídio militar.

O pedido foi negado pela juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal.

Ao solicitar a saída de Geddel da Papuda, sua defesa cita que a ameaça fora identificada através do site “A Folha Brasil”, que tenta falsear aspectos da Folha de S. Paulo e já publicou inúmeras notícias falsas, as “fake news”.

Diz a matéria sobre a suposta ameaça de estupro: “No último final de semana um protesto de presos ligados a facções criminosas que comandam presídios mandou um recado aos políticos e corruptos presos na Papuda. A partir de agora eles terão o mesmo tratamento que estupradores no cotidiano das celas. Estupradores recebem como castigo o estupro coletivo de seus colegas de cela. Passam a serem responsáveis pelos trabalhos ‘domésticos’ dos líderes das facções”.

Na própria decisão que negou o pedido, a juíza Leila Cury ressaltou o fato de os advogados do peemedebista terem supostamente se baseado em informações “inverídicas” e “especulativas” na petição.

Contatada pelo bahia.ba, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) negou que os políticos presos no local sejam ameaçados.

Em rápida navegação pelo site “A Folha Brasil”, pode-se ler notícias como “Bolsonaro é eleito o político mais honesto do mundo” e “Veja quem será o polêmico vice de Bolsonaro nas eleições 2018”. A primeira manchete é desmentida pelo site E-farsas, especialista em checagem de fatos.

“A primeira coisa a se verificar em casos como esses é se os envolvidos na notícia estão, de fato, envolvidos no fato. Uma busca por ‘Fundação Transparência Política Internacional’ já nos mostra que essa fundação não existe. O mais próximo disso é a Transparency International (que não cita essa votação) e a Transparência Brasil (que também não menciona a tal eleição). Nem mesmo o próprio Jair Bolsonaro falou sobre esse prêmio. Nem em seu site, nem na sua página no Facebook! No verbete do Wikipédia sobre esse político também não há nenhuma linha a respeito”, cita o E-farsas.

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