Publicado em 20/05/2017 às 08h40.

Defesa de Temer investiga se arquivo de gravação foi editado

Procurador-geral, Rodrigo Janot, descarta indícios de fraude, mas advogados do presidente enviam material para perícia independente

Redação
Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
Rodrigo Janot, procurador-geral da República (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)

 

Preparados para inevitáveis questionamentos que serão levantados pela defesa do presidente Michel Temer, a força-tarefa da Operação Patmos, desdobramento da Lava Jato que envolve a empresa JBS, organiza respostas sobre a gravação da conversa entre o peemedebista e o empresário Joesley Batista, no Palácio do Jaburu, no dia 7 de março. A principal dúvida gira em torno do suposto aval que Temer teria dado Batista para  “manter” seu relacionamento com o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB).

De acordo com a Folha de S.Paulo, os advogados buscam provar, mediante perícia independente, que o arquivo passou por edição. Os investigadores sustentam que a gravação apresentava “sequência lógica”. E mais: embora possua “alguns ruídos e a voz de um dos interlocutores apresenta-se com maior intensidade em relação à voz do segundo interlocutor”, não foram detectados indícios imediatos de fraude ou montagem.

Na avaliação da Procuradoria-Geral da República, os sinais de descontinuidade na gravação, podem ter sido causados por movimentos corporais de Joesley.

Com relação ao aspecto legal – o ato de gravar o presidente da República – os investigadores recorrem a jurisprudência no STF em que pessoas resolvem gravar suas próprias conversas. Um exemplo é a o caso da gravação da voz do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), feita por um filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

A motivação do encontro entre Joesley e Temer também é alvo de questionamento. A defesa quer saber se o empresário foi estimulado pelos investigadores e a PGR rebate: segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, partiu do dono da JBS a iniciativa de “narrar atos” e apresentar documentos “de maneira voluntária”. Com informações da Folhapress.

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