Publicado em 25/08/2017 às 17h20.

Delegado da PF critica Janot em abertura de simpósio: ‘Sanha de poder’

O diretor regional da Associação Nacional de Delegados de Polícia Federal (ADPF-BA), Rony Silva, acusou o chefe da Procuradoria de “criar várias barreiras” à atuação da classe

Rodrigo Aguiar
rony silva adpf foto mateus soares bahia.ba
Foto: Mateus Soares / bahia.ba

 

A guerra entre o Ministério Público (MP) e a Polícia Federal (PF) ficou explícita logo no começo do 2º Simpósio Nacional de Combate à Corrupção, em Salvador, nesta quinta-feira (24), durante discurso do delegado Rony Silva, diretor regional da Associação Nacional de Delegados de Polícia Federal (ADPF-BA).

Em sua fala, ao cumprimentar os integrantes da mesa, ele afirmou que as duas instituições não tinha qualquer problema, ao cumprimentar a procuradora-geral de Justiça Adjunta Sara Mandra, que na ocasião representava a procuradora-geral de Justiça, Ediene Lousado, chefe do Ministério Público da Bahia (MP-BA).

No entanto, pouco depois, Rony fez uma série de críticas ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, após acusar o chefe da Procuradoria de ter uma “sanha de poder” e “criar várias barreiras” à atuação dos delegados da PF.

“O dr. Rodrigo Janot tem sete Adins no Supremo Tribunal Federal questionando as atribuições do cargo de delegado, uma deles querendo impedir os delegados de reconhecer e fazer o termo de colaboração premiada”, declarou o diretor da ADPF.

Rony ainda citou uma das integrantes da força-tarefa da Lava Jato, a delegada Érika Marena, também presente ao evento. “Se eu perguntar à dra. Érika o que é a colaboração premiada, ela vai no texto da lei e vai me dizer que é um meio de obtenção de prova. A tarefa do delegado é buscar provas, para materializar a autoria do crime. Como é que o delegado não pode falar com o juiz, não pode fazer representação por busca e apreensão, não pode representar por uma prisão? Onde nós estamos querendo levar o país?”, questionou.

O simpósio termina nesta sexta-feira (25), com palestra do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas.

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