Publicado em 18/06/2018 às 12h14.

Depois dos 7 a 1 e estádios superfaturados, Seleção fica devendo, para tristeza da Globo

A estreia, o empate com a Suíça em 1 a 1, não foi boa. Nada teve de empolgante. Isso quer dizer que a Seleção continua devendo

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Só teremos um país de verdade no dia em que gastarmos mais com escolas do que com televisão, isto é, no dia em que gastarmos mais com a educação do que com a falta de educação”

Millôr Fernandes, jornalista e humorista brasileiro (1923-2012)

Foto: Andrew Medichini/AP Photo
Foto: Andrew Medichini/AP Photo

 

É explícito o esforço da Globo para resgatar o oba-oba em torno da Seleção. Só faltou lançar a campanha do ‘Eu Acredito’. Nada contra. A montagem da comunicação é inteligente, bem bolada, à altura de quem ganha uma boa fatia dos bilhões que correm numa Copa do Mundo. É via de mão única: tentar empolgar um povo achincalhado por corruptos da política e do futebol.

A estreia, o empate com a Suíça em 1 a 1, não foi boa. Nada teve de empolgante. Isso quer dizer que a Seleção continua devendo.

Uma geração que viu a conquista de cinco Copas do Mundo, tem no futebol a sua grande paixão entre os esportes, tinha na derrota para o Uruguai em 1950, dentro de casa, por 2 a 1 o seu lamento maior, de repente se viu humilhada por um chocolate de 7 a 1, também dentro de casa, está com uma forte desilusão, até tentando resgatar um pouco dos velhos tempos, sem sucesso até agora.

A triste lembrança vem com o tempero dos estádios superfaturados e a presidência da CBF exercida por alguém que não podia sair do país para não ser preso.

Estudo a favor

Um estudo da Escola de Matemática da Fundação Getúlio  Vargas, do Rio, os gols marcados e sofridos em cada partida das 207 seleções filiadas à FIFA nos últimos quatro anos, revela que o Brasil é o favorito. Tem 21% de chances de sagrar-se campeão com a Espanha, com 13%, e a Alemanha (a do nosso chocolate), com 11%.

Oxalá a Globo consiga sucesso e o matemáticos da FGV vejam os seus prognósticos confirmados. Mas a Seleção vai ter que empolgar. De saída, até agora não deu.

Camisas

No embalo da Copa, os camelôs de Salvador estão vendendo nas ruas camisas da Seleção Brasileira nas cores amarela, a tradicional, azul, branca, vermelha e preta.

Mas o movimento não é dos mais animadores. Edilson Franco, o Rasta, que trabalha na Avenida Sete, diz que só se a coisa melhorar.

— Na Copa de 2014 chegamos a vender 100 por dia. Agora é 5, 6…

E alguns levam pretas. É o luto no inconsciente coletivo.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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