Publicado em 12/04/2018 às 10h35.

Deputados avaliam perdas e danos na Assembleia por conta do efeito Neto

Entre os governistas, alguns brincam. Dizem que Neto prejudicou ao baratear o passe deles

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“A compreensão de outrem somente progredirá com a partilha de alegrias e sofrimentos”

Albert Einstein

Foto: Divulgação
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Nas rodas de conversas entre deputados na Assembleia é consenso: com a saída de ACM Neto do jogo de 2018, a banda governista ganha fôlego e a oposição encolhe. Eles dizem que o sinal vem do número de prefeitos hoje na oposição que, com a expectativa da derrota, os procuram tentando botar uma perninha no governo.

O deputado Nelson Leal (PP), que é tido como expert nesse tipo de conta, diz que com um candidato competitivo os partidos da oposição fariam de 17 a 19, hoje tem 23. E o governo de 38 a 39, além do PCdoB, que faria dois ou três. Duas vagas que sobram são as que podem pender para um lado ou tro, a depender da campanha.

Nelson Leal cita o exemplo de 2014, que tinha Paulo Souto candidato a governador líder nas pesquisas o tempo inteiro contra Rui Costa:

— Dos dez deputados mais votados em 2014, cinco eram do governo e cinco da oposição. Por que? Porque os dois lados tinha candidatos competitivos.

Ou seja, contabiliza-se que a perda será da oposição, com o agravante que entre os vereadores de Salvador, três são dados como favoritos, como Leo Prates e Tiago Correia, do DEM, e Paulo Câmara, do PSDB, indicativo de que o número de derrotados entre os atuais será maior.

Entre os governistas, alguns brincam. Dizem que Neto prejudicou ao baratear o passe deles. Ou seja, Rui nunca ligou muito para deputado. Agora que não vai ligar mesmo.

Prejuízo menor

Se na bancada estadual estima-se que o governo ganha, na federal nem tanto. Entre os políticos se diz os 14 dos 39 opositores de Rui Costa estão bem aquinhoados com as emendas que jorraram de Michel Temer e por isso o baque será menor.

Mas nem por isso os deputados federais aliados de Neto escondem a irritação. Eles dizem que estavam construindo uma situação bem mais equilibrada. Agora, o barco afundou.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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