Publicado em 03/10/2018 às 09h22.

Dono de bunker diz que Lúcio pediu empréstimo de imóvel na sede de partido em Salvador

Segundo o empresário Silvio Silveira, deputado informou, à época, que precisava do local para guardar os pertences do pai falecido

Redação
Foto: Divulgação/PF
Foto: Divulgação/PF

 

O empresário Silvio Antonio Cabral da Silveira, proprietário do apartamento no bairro da Graça, em Salvador, onde foram encontrados R$ 51 milhões, disse, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o acerto para o empréstimo do imóvel foi feito pelo irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, Lúcio Vieira Lima, na sede do MDB (antigo PMDB), em Salvador.

“Quando houve a morte do pai dele (Afrísio Vieira Lima), fui ao PMDB prestar solidariedade a Lúcio. Fui embora. Uns 15 ou 20 dias depois, ele me chamou para ir no partido e queria bater papo comigo”, declarou, em depoimento que a TV Globo teve acesso. Segundo o empresário, o deputado informou, à época, que precisava do local para guardar os pertences do pai falecido e reforçou que não sabia que o apartamento seria usado para guardar dinheiro.

Ele também informou que o deputado já sabia de antemão que ele teria supostas dificuldades para vender o imóvel, localizado em bairro nobre da capital baiana. “Ele sabia da dificuldade que nós estávamos de vender os apartamentos e me perguntou se eu podia emprestar alguma unidade a ele. Eu disse que não tinha problema nenhum, eu ia perguntar ao sócio majoritário, ‘mas acho que não tem nenhum problema’. O apartamento (unidade 201) acabou sendo vendido. E as malas e caixas que estavam nele foram transferidas para o 202”, afirmou no depoimento. Ele afirmou que a cessão do apartamento ocorreu sem formalização.

Silvio Silveira disse ainda que esperava encontrar no imóvel livros e quadros, mas se surpreendeu quando viu na Polícia Federal “um bocado de mala cheia de dinheiro”. O empresário é testemunha de acusação da Procuradoria Geral da República (PGR).

No processo que tramita no Supremo são réus, além de Geddel e Lúcio, a mãe deles, Marluce Vieira Lima; Job Ribeiro, ex-assessor de Lúcio; e Luiz Fernando Costa Filho, sócio da empresa Cosbat. Eles são acusados dos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

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