Publicado em 02/05/2017 às 10h03.

E a grana da campanha de 2018? Até agora, só se sabe do caixa 3

Câmara tem até o fim do mês para votar projeto de reforma do deputado Vicente Cândido (PT-SP), que propõe lista fechada como forma de encarar o tempo de vacas magras

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Entendi que não se conhece um ser humano pela doçura da voz, pela bondade dos gestos ou pela simplicidade das vestes, mas tão somente quando se lhe dá poder e dinheiro.”

Augusto Cury, médico, psiquiatra, psicoterapeuta e escritor de autoajuda (1958).

Foto: Joedson Alves/Estadão Conteúdo
Foto: Joedson Alves/Estadão Conteúdo

 

Fosse hoje como nos não muito distantes, mas já velhos tempos, as rodas de política estariam movidas a pauta quase única: o tititi em torno das eleições e de quem seria candidato a quê. Este ano até tem, mas com um tempero indigesto, a Lava Jato, pelo estrago que causa na moral dos principais atores da cena e pelos efeitos, o fim dos tempos em que o dinheiro jorrava. Cadê dinheiro legal para 2018? Eis a questão.

Alguém passou para Rui uma foto em que um então candidato a prefeito do interior baiano, hoje no mandato, faz uma caminhada com um dos participantes portando um vistoso fuzil, deixando a entender tratar-se de alguém da barra pesada do tráfico.

A tal foto já rolou na campanha e o candidato em apreço disse tratar-se de uma montagem feita pelos adversários. Pode até ser, mas é certo que, ano passado, a falta de dinheiro das empresas gerou outro subproduto funesto, a entrada em cena do caixa 3 (ciganos, traficantes e bicho).

E como será 2018? A Câmara tem até o fim deste mês para votar a proposta do deputado Vicente Cândido (PT-SP), relator da Comissão da Reforma Política, que propõe lista fechada como forma de encarar o tempo de vacas magras, cujas campanhas seriam financiadas quase que todas com dinheiro público.

O xís da questão é que dificilmente o voto em lista passa. Sabe-se lá o que vai acontecer, mas os políticos se dizem no mato sem cachorro. Até porque, mesmo com dinheiro público, a prioridade vai ser para os candidatos majoritários (presidente, governadores e senadores). E mantido o modelo de cada candidato a deputado faz sua campanha, o caixa 3 vem que vem.

Ou seja, há o risco de o jogo feder mais.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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