Publicado em 19/07/2016 às 09h03.

E o tráfico avança e assusta candidatos. Onde isso vai parar?

Eles têm que se identificar com bastante clareza e depois negociar o livre trânsito

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Tudo vai melhorar quando a maioria das pessoas de bem forem mais ousadas que as canalhas”

Arnaldo Jabor, jornalista, cineasta e dramaturgo (1940)

Prefeito ACM Neto e o deputado Bruno Reis (PMDB), um dos candidatos a vice (Foto: Roberto Viana/Ag. Haack/Bahia.ba).
Prefeito ACM Neto e o deputado Bruno Reis (PMDB), um dos candidatos a vice (Foto: Roberto Viana/Ag. Haack/Bahia.ba).

 

Jovens candidatos a vereador, estreantes na política, circulando pela cidade em busca de votos, se dizem assustados com a forte presença de traficantes nas comunidades.

Eles têm que se identificar com bastante clareza e depois negociar o livre trânsito.

O deputado Bruno Reis (PMDB), um dos candidatos a vice de ACM Neto, que até maio era secretário de Desenvolvimento Social, diz ter pleno conhecimento do fato:

— Não é só com candidatos. Com a prefeitura também. Até para executar os serviços, em alguns casos, eles impõem as condições.

Bruno diz temer que Salvador fique como o Rio. Lá, os candidatos têm que pagar pedágio pelo direito de circular.

Eis a questão: a sensação que se tem é a de que o estado está perdendo a guerra. Onde isso vai dar?

O rei do pedaço

Até coisa de 20 anos atrás, o tráfico de drogas em Salvador tinha nome e endereço.

O nome: Ravengar.

O endereço: o Campo da Águia, ali nas imediações do Retiro.

A polícia desmontou a teia de Ravengar, então conhecido como o Rei do pedaço, com festas e foguetes.

Quis dar a impressão de que ganhou a guerra contra o narcotráfico.

Qual nada. Parece que foi o inverso. O espólio de Ravengar foi pulverizado pelos quatro cantos de Salvador.

Até parece que saiu pela culatra: se antes, tínhamos o Rei do pedaço, agora cada pedaço tem um rei.

Tom e Jerry

O deputado Augusto Castro (PSDB) e o ex-prefeito Fernando Gomes (DEM), ambos pré-candidatos em Itabuna, se reuniram ontem em Salvador sob os auspícios do deputado José Carlos Aleluia (presidente estadual do DEM) na tentativa de forjar a união. Não deu certo. Os dois já estavam com as respectivas convenções marcadas, mas atenderam a um apelo de ACM Neto para adiá-las, para se tentar um acordo.

Até agora, Augusto e Fernando estão tão unidos quanto Tom e Jerry.

Na outra banda, entre o ex-deputado Geraldo Simões (PT) e o deputado Davidson Magalhães (PCdoB), idem idem.

Os dois também são como Tom e Jerry.

Deputado Antônio Brito (Foto: Lucio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados).
Deputado Antônio Brito (Foto: Lucio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados).

 

Antônio Brito e Jequié

Prefeiturável forte em Jequié, o deputado federal Antônio Brito (PSD) estará hoje lá para tentar finalizar entendimentos com o seu grupo de amigos em torno da sucessão local.

Brito diz que lá tem como adversário o grupo do também deputado Roberto Brito (PP) e é por aí que construirá a unidade.

Com quem? A questão está em aberto. Ou ele ou alguém que os aliados aceitem.

O cenário

Lá, a prefeita Tânia Brito (PP) está afastada, e o vice, Sérgio da Gameleira (PSB), que se sustenta por uma liminar, quer ser candidato.

Mas Antônio Brito vem conversando também com o médico Fernando Vieira, do PV.

Frente LGBT

O grupo Gay da Bahia (GGB) e o site Dois Terços promovem debate dia 30 para lançar as pré-candidaturas LGBT de Marcelo Cerqueira (PSB), Dion Santiago (SD), Paulette Furação (PT) e Leo Kret (PR) para a Câmara de Salvador.

Marcelo Cerqueira, presidente do GGB, diz que a proposta LGBT é suprapartidária.

— Queremos homologar candidaturas para demonstrar nosso potencial de debater e decidir sobre os rumos da cidade.

Bom exemplo

Duas senhoras com problemas no carro, ontem pela manhã na Bonocô, foram assistidas por Orico e Jeane, guardas da Transalvador, até uma oficina. Agradecidas e ouviram de Jeane:

— A Transalvador não é só para multar não.

Não é, mas parece. Por que os demais não seguem o exemplo da dupla aí?

Alimento zero

A juíza Lisiane Duarte, substituta da Vara do Júri de Feira de Santana, adiou para 8 de agosto o julgamento de Érico Augusto de Siqueira Gonçalves, acusado de homicídio.

Motivo: falta de dinheiro para pagar a alimentação dos jurados e auxiliares.

Ela diz que a juíza gestora da Unidade Gestora 0024, Regianne Yukie Tiba Xavier, até se esforçou, mantendo contato com a juíza Gestora Estadual, Jacqueline Andrade Campos, mas não deu.

Já viu isso? A justiça adiar um júri por falta de alimentação é sinal dos tempos.

(Foto: Carla Ornelas/GOVBA).
(Foto: Carla Ornelas/GOVBA).

 

Novo 2 de Julho

O batismo do Centro de Operações e Inteligência de Segurança Pública da SSP, ontem inaugurado com o nome de 2 de Julho, foi visto por alguns como sinal de que os governistas jogaram a toalha na velha briga para tirar o nome de Luís Eduardo Magalhães do aeroporto de Salvador e voltar o 2 de Julho.

Aulas para guardas

A 35ª Cia da PM, no Caminho das Árvores, vai realizar, terça e quarta da próxima semana, a palestra Vigilância Participativa – Ações Preventivas de Segurança, na Faculdade Hélio Rocha.

Destina-se a seguranças de escolas, restaurantes, farmácias, condomínios e pontos comerciais. As inscrições estão abertas.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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