Publicado em 08/06/2016 às 15h55.

Em meio a protesto, Câmara suspende votação de Plano de Educação

Lideranças decidiram adiar sessão após protesto de professores e farão uma audiência pública na próxima segunda-feira (13), com votação da matéria na terça (14)

Rodrigo Aguiar
Foto: Rodrigo Aguiar/ bahia.ba
Foto: Rodrigo Aguiar/ bahia.ba

 

A votação do Plano Municipal de Educação, prevista para esta quarta-feira (8) na Câmara de Vereadores de Salvador, foi suspensa, após um acordo entre as lideranças de governo e oposição. As bancadas decidiram pelo adiamento após um protesto de professores e concordaram com a realização de uma audiência pública na próxima segunda-feira (13) e votação da matéria na terça seguinte (14).

De acordo com o vereador Hilton Coelho (PSOL), o pacto ocorreu de forma irregular porque a Galeria da Casa teria sido fechada ao público, sob a alegação de que uma reforma impede a lotação completa do espaço. “Não pode existir uma sessão da Câmara secreta, sem a participação da população. Um verdadeiro absurdo. Se fez uma sessão completamente ilegal, com um acordo de se fazer apenas uma audiência pública. Fizeram um acordo que, na minha avaliação, é terrível para a cidade e a votação de terça-feira vai ser feita da maneira mais antidemocrática, ilegal e autoritária que poderia ser feita. Salvador vai ter um plano péssimo, que não representa a vontade da sociedade e dos educadores”, criticou o socialista, em entrevista ao bahia.ba.

A líder da oposição, Aladilce Souza (PCdoB), defendeu que a discussão deveria ter sido mais aprofundada e justificou ter topado o acordo porque, como a ala do governo tem maioria para aprovar, a categoria ganha alguns dias para fazer mais pressão sobre os vereadores.

Antes do início dos trabalhos, professores impedidos de entrar fizeram um ato na entrada do prédio com faixas e cartazes para pedir a retirada da matéria da ordem do dia, ao alegar falta de discussão do projeto com a “sociedade soteropolitana e os educadores”. “Nós exigimos que haja audiências públicas, conferência municipal de educação, que seja instituído o fórum municipal de educação, que agregue instituições e representações dos diversos segmentos da sociedade, que cada um possa se pronunciar e dizer como é que entende que deve ser um processo que vai culminar em um plano decenal. São os próximos dez anos da educação em Salvador”, afirmou o diretor da APLB Sindicato, Marcos Barreto, ao bahia.ba. Políticos e assessores foram vaiados pelo grupo na saída do plenário. (Confira o vídeo abaixo).

Os profissionais da Educação pontuam ainda a necessidade de o plano debater questões de gênero e sexualidade e já fizeram um abaixo-assinado online, que já tem mais de 700 seguidores.

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