Publicado em 22/11/2017 às 18h04.

Empresa usada em esquema na Transpetro era de ex-vice de Ourolândia

O petista José Roberto Vieira (PT) tinha 50% das cotas da JRA Transportes; Moro negou pedido do MPF para prendê-lo junto com José Antônio de Jesus

Rodrigo Aguiar
Foto: Reprodução/ YouTube
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Uma das empresas utilizadas pelo ex-gerente da Transpetro José Antônio de Jesus para o recebimento de R$ 7 milhões em propina, conforme denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a JRA Transportes tinha como um de seus sócios José Roberto Soares Vieira, ex-vice-prefeito de Ourolândia pelo PT.

Ao concorrer ao cargo no pleito de 2012, o petista informou possuir 50% das cotas da companhia, no valor de R$ 250 mil. Em 2014, ele gravou vídeo em que declarou apoio à campanha do deputado federal Nelson Pelegrino à reeleição. Como pessoa física, doou R$ 1 mil ao parlamentar.

A relação entre o ex-gerente da Transpetro e o partido já havia sido apontada por Luiz Fernando Nave Maramaldo, executivo da NM Engenharia, em delação premiada.

Conforme o delator, ao cobrar um porcentual por contratos fechados entre a NM e a Transpetro, Jesus dizia que os valores eram destinados ao PT. Além disso, o ex-gerente da Transpetro já fez doações eleitorais à legenda, na campanha eleitoral de 2010.

Jesus e Roberto tiveram a prisão preventiva solicitada pelo MPF. Ao analisar o pedido, o juiz Sérgio Moro autorizou a prisão temporária do ex-gerente da Transpetro, pelo prazo de cinco dias, mas manteve Roberto em liberdade.

A partir do exame de mensagens de e-mails, o Ministério Público Federal aponta que Jesus era o gestor da JRA Transportes, na qual era representado formalmente por seu filho, Victor Hugo Fonseca de Jesus.

Foto: Reprodução/ TSE
Foto: Reprodução/ TSE

 

“Da análise do conteúdo da caixa do e-mail jsntndjss@gmail.com24, de titularidade do investigado, foram encontradas diversas mensagens que demonstram que as decisões relacionadas à empresa transportadora sempre passavam pelo aval do investigado, o que confirma o poder de gerência que detinha”, diz trecho da denúncia.

De acordo com a Junta Comercial da Bahia, a JRA Transportes foi enquadrada como empresa de pequeno porte em 2007, passou por alterações cadastrais em 2009 e 2011, e foi extinta em abril do ano passado.

Além da JRA, José Antônio de Jesus teria utilizado outras empresas e parentes para ocultar o recebimento da propina da NM Engenharia, conforme o MPF.

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