Publicado em 09/06/2018 às 08h19.

Engenheiro diz ter recebido R$ 950 mil para reformar casa da filha de Temer

Luiz Eduardo Visani entregou documentos à PF que comprovam o pagamento em espécie pela Argeplan, construtora de coronel amigo do presidente

Redação
Foto: Reprodução/Edição bahia.ba
Foto: Reprodução/Edição bahia.ba

 

O engenheiro Luiz Eduardo Visani, dono da construtora Visani Engenharia, afirmou em depoimento à Polícia Federal, ter recebido R$ 950 mil em espécie da Argeplan para reformar a casa da filha do presidente da República Miichel Temer, Maristela Temer. 

O dono da Argeplan é o coronel aposentado João Baptista Lima Filho, amigo do presidente. De acordo com a colunista Andrea Sadi, do G1, é a primeira vez que um fornecedor da obra dá detalhes sobre a participaçãoo da Argeplan na obra.

Visani contou que a sua empresa foi responsável pela primeira fase da reforma do imóvel de Maristela, que fica em Altos Pinheiros, São Paulo. Ele admitiu que desde o incío da obra tinha conhecimento de que se tratava da casa da filha do presidente da República. No entanto, o engenheiro não soube dizer que Temer foi ao imóvel neste período.

Os pagamentos teriam acontecido entre novembro de 2013 e março de 2015, feitos na própria sede da Argeplan. Os contratos e recibos estavam todos no nome de Maristela Temer. No total, Visani estima que tenha recebido pelo R$ 1,5 milhão pelo serviço.

Entre os papéis entregues pelo depoente está o contrato de prestação de serviço entre a empresa e Maristela. Ela assina o documento ao lado de Pinto Júnior, em que aparece o nome da mulher do coronel no cabeçalho do orçamento. O documento detalha o orçamento de R$ 120.960,00, prevendo uma entrada no valor de R$ 56.500,00, no dia 11 de julho de 2014. Pelo contrato, esse pagamento de R$ 56.500,00 seria feito por meio de “depósito em dinheiro” em uma conta do Citibank, o que de fato ocorreu, segundo extrato da empresa.

Ela teria “insistido” para repassar em dinheiro vivo os recursos, “o que não foi aceito pelo depoente, pois não aceita essa prática de recebimento em espécie em sua loja”, diz trecho do depoimento, além de relatar que “não é normal” no ramo a “insistência” por valores altos em dinheiro vivo. Outros fornecedores da obra já declararam terem recebido em dinheiro vivo de Maria Rita, mas o extrato é o primeiro documento que vincula a prática de pagamento ao caso.

 

 

 

 

 

 

 

 

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