Entre a onça e o canguru, Brasil leva o ouro em micos

Frase da vez

“Há sempre um zarolho ou um esperto que nos governa”

José Saramago, poeta português (1922-2010)

Você viu esta do ministro Elizeu Padilha (Casa Civil) sobre os apartamentos mal acabados da Vila Olímpica do Rio? Ele com a palavra:

– A Olimpíada do Rio será julgada pelo final, não pelo começo.

Se lamentável ou lastimável, decida você. Não foi o governo Temer quem organizou a Olimpíada, vá lá. Dilma toda hora diz que quem conseguiu foi Lula e quem tocou o projeto foi ela.

Mas o novo governo, herdeiro dos Jogos, para o bem ou para o mal, mostra que sequer se deu ao trabalho de olhar a casa antes de receber os visitantes planetários, e aí revela um péssimo indicativo de como estamos sendo governados.

Já tivemos a onça com a tocha, que acabou morta lá em Manaus, os cangurus que o prefeito Eduardo Paes, do Rio, prometeu dar aos australianos que reclamaram (fazendo piada de um ridículo em que ele é personagem de proa) e o mico dos aviões da Marinha, que se chocaram em treinamento (o piloto que caiu ainda está sumido), tudo sob os holofotes da imprensa mundial.

Óbvio: em matéria de vexame, ninguém nos tira essa medalha de ouro.

As pérolas do TCM

Na lista de fichas sujas que o TCM enviou para o presidente do TRE, Mário Alberto Hirs, tem duas pérolas.

1 – Rilza Valentim, prefeita de São Francisco do Conde, falecida em julho de 2014, está nela.

2 – Também está Paulo Machado, ex-prefeito de Senhor do Bonfim, falecido em abril último.

Será que o TCM está esbanjando tanta eficiência a ponto de prevenir o céu?

Dívida zero

Embora com a ressalva de que nada tem a ver diretamente com o caso, porque a gestão da Uneb é autônoma, o secretário Walter Pinheiro (Educação) disse ontem que passou “um dinheirinho” para o reitor José Bittes pagar aos professores do Núcleo de Estudos Canadenses (NEC), que estão desde abril sem receber salários:

— Nosso propósito é pagar tudo. E pagar pelo preço contratado.

Pendurando as chuteiras

O advogado Heráclito Arandas, prefeito de Jaguaripe, um dos mais bem avaliados da atual safra, embora tenha direito a reeleição, decidiu pendurar as chuteiras na política:

— Já cumpri minha missão. Estou com 70 anos e entendi que é hora de parar.

Vai apoiar o vice, Unaldo Costa (PSD).

Meia ambição

Nelson Pelegrino (PT), que reassume o mandato de deputado federal, gostou da experiência como secretário de turismo. Na despedida, fez um longo discurso de mais de 40 minutos. Após dizer que o compromisso dele com o turismo “é irreversível”, listou uma série de obras feitas por ele.

O orador seguinte foi o deputado José Carlos Araújo, presidente do PR na Bahia e padrinho do novo secretário, José Alves, que fez gozação:

— Se Zé Alves fizer a metade do que Pelegrino fez, já estará bom demais.

Gargalhada geral.

Amigo do rei

Durval Lélis, um dos ícones do axé music, que estrila a voz de cima do trio no carnaval gritando “Diga aê meu rei!”, estava ontem na posse de José Alves na Secretaria de Turismo.

— Vim porque é um velho amigo.

Imbróglio sanfranciscano

Halisson Valentim (DEM), irmã de Rilza Valentim, a prefeita de São Francisco do Conde, que morreu em setembro do ano passado, pode ou não ser candidata, como pretende?

A dúvida é justamente pelo fato dela ser irmã de Rilza, que já era prefeita reeleita.

Os aliados de Halisson, que trocou o PT pelo DEM, dizem que sim. E ela vai.

Novo cenário

Até o início do ano, quando fechou com o ex-prefeito Antônio Calmon, o prefeito Evandro Almeida (PP), que era o vice de Rilza e se tornou titular, nadava em brancas nuvens.

Sofreu um abalo com a Operação Copérnico e Halisson, que já era competitiva, ganhou pontos.

O rolo lá vai ser bom. Nos tribunais e nas urnas.

Xeque mate

A escolha da vereadora Mirela Macedo (PSD) como vice de Moema Gramacho (PT), em Lauro de Freitas, foi vista como o tiro de misericórdia no prefeito Márcio Paiva (PP), que desistiu de tentar se reeleger.