Publicado em 24/04/2019 às 16h13.

Estatuto da Igualdade Racial: vereador critica emendas sugeridas por evangélicos

Silvio Humberto travou discussão com Ricardo Almeida durante sessão da CCJ

Breno Cunha
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ bahia.ba
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ bahia.ba

 

O vereador Silvio Humberto (PSB) expressou sua insatisfação com algumas emendas apresentadas por um grupo de vereadores da Frente Parlamentar de Templos Religiosos no Estatuto da Igualdade Racial, cujo relatório foi apresentado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal, nesta quarta (24).

Segundo ele, ao mesmo tempo em que uma emenda acatada pelo relator Duda Sanches (DEM) “define como conceito” os quilombos e suas populações remanescentes, o grupo em questão desqualifica a luta quando sugere suprimir o artigo que permitiria “cassar o alvará de estabelecimentos que praticaram discriminação racial”.

“Para que fazer estatuto se não se pode fazer sanções? Por isso nos colocamos contrários a essas emendas”, falou, adiantando que apresentará sugestões ao projeto durante tramitação em comissões temáticas da Casa.

Silvio Humberto, que mais cedo discutiu com Ricardo Almeida (PSC), ainda criticou alguns colegas por não saberem “distinguir o que é racismo e o que é preconceito”.

“Não conseguem entender que quando se está se falando das religiões de matrizes africanas, não está se buscando privilégios, mas um processo de reparação. Se o racismo retira das pessoas a sua humanidade, ele não vai reconhecer a cultura, a religiosidade dessas pessoais. Qual foi a única religião que precisava de licença de uma delegacia pra proferir o seu culto até 1977? Religião de matrizes africanas”, acrescentou.

Após a leitura do parecer do democrata, foram concedidas vistas coletivas aos vereadores Alfredo Mangueira (MDB), Marcelle Moraes e Aladilce Souza (PCdoB).

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