Publicado em 05/11/2018 às 11h26.

Fake News, o novo nome da mentira, uma arma em guerras e campanhas

É claro que a fake só lesa. Lesa o compromisso com a narrativa o mais fiel possível, o interesse público e a consciência de quem faz

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar”

Sun Tzu, general chinês da antiguidade (544 a.C. – 496 a.C.)

Imagem: Jornal GGN
Imagem: Jornal GGN

 

Romário Santos Neves, jovem estudante de São Cristóvão, bairro de Salvador, pergunta-nos se eu acho que as fake news, tão discutidas nesta campanha, vieram para ficar ou tem remédio.

Meu caro Romário, a sua idade, 19 anos, carece de algumas observações mesmo. De saída, as fake news nunca saíram, sempre estiveram. É o novo nome da velha mentira, que nos meus tempos de juventude também chamavam culhuda. Sempre presente na alma humana, muitas vezes, não de agora, até muito bem engendradas como armas de guerra, bélicas e políticas.

Lesa consciência

É claro que a fake só lesa. Lesa o compromisso com a narrativa o mais fiel possível, o interesse público e a consciência de quem faz.

Na mídia convencional nós temos várias grandes fakes que passaram como verdade e causaram danos visíveis a terceiros. Um caso famoso é o de Ibsen Pinheiro, gaúcho, presidente da Câmara com decisiva participação no impeachment de Fernando Collor e na cassação dos Anões do Orçamento, foi acusado em novembro de 1993, de também ser um anão, embolsando R$ 1 bilhão.

Ibsen foi cassado, espezinhado e só dez anos depois o jornalista confessou que era mentira. Agora, com a sociedade em rede, as fake têm uma desvantagem, logo elas caem, mas numa guerra, como uma campanha eleitoral, até explicar que lagartixa não é jacaré, a vaca já foi para o brejo.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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