Publicado em 08/05/2017 às 11h28.

Franceses estão no Brasil para apurar compra de votos para Rio-2016

A suspeita do Ministério Público Financeiro da França é de que delegados da organização tenham recebido propina em troca do voto favorável na disputa pela cidade-sede

Redação
Festa de abertura da Olimpíada (Foto Divulgação Rio2016)
Festa de abertura da Olimpíada (Foto Divulgação Rio2016)

 

Procuradores do Ministério Público Financeiro da França estão em Brasília para investigar um suposto esquema de compra de votos de membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) para a realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016.

De acordo com o jornal Estadão, a suspeita é de que delegados da organização tenham recebido propina em troca do voto favorável na disputa com Madri, Tóquio e Chicago pelo direito de organizar a competição no Brasil. A suspeita de que houve pagamento ilegal para a compra de votos de delegados do COI para a organização da Rio-2016 e de Tóquio-2020 é investigada pelo MP francês, que já encontrou indícios de corrupção em ambos os casos.

Segundo as investigações, três dias antes da sessão do COI que definiria a cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016, realizada em outubro de 2009, duas transferências que totalizaram US$ 2 milhões (R$ 6,3 milhões pela cotação atual) foram realizadas pela Matlock Capital Group, empresa com sede em Miami, nos Estados Unidos, de propriedade do empresário brasileiro Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, em favor de membros da família do então presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) e membro do COI, Lamine Diack.

Na época, o Grupo Facility, de Arthur Soares, tinha contratos de prestação de serviços da ordem de R$ 3 bilhões firmados com o governo do Rio, sob gestão de Sergio Cabral.

Segundo o MP da França, o voto de Lamine Diack em favor da capital fluminense seria crucial para obter a adesão de dirigentes africanos, que votam em bloco nas sessões do COI. A investigação do órgão apura os vínculos entre Arthur Soares e Sérgio Cabral e a existência de um pacto de corrupção em torno dos Jogos de 2016, que envolveria as obras públicas.

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