Publicado em 20/11/2017 às 06h39.

Futuro ministro de Temer contribuiu com organização criminosa, diz CPI

A CPI do Cachoeira, como ficou conhecida, trabalhou em meio ao escândalo que resultou na cassação do mandato do senador Demóstenes Torres

Redação
Foto: Alessandro Loyola
Foto: Alessandro Loyola

 

Nome bastante provável para o Ministério das Cidades, o deputado federal Alexandre Baldy (Podemos-GO) é apontado pelo relatório de uma Comissão Parlamentar de Inquérito como um dos colaboradores do grupo criminoso chefiado por Carlos Cachoeira.

Segundo a Folha, gravações da Polícia Federal apontam que o parlamentar tinha estreita relação com o contraventor. A CPI do Cachoeira, como ficou conhecida, trabalhou em meio ao escândalo que resultou na cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

O texto é assinado pelo petista Odair Cunha (MG), que relatou os trabalhos do colegiado durante oito meses. Ao final, um acordo entre legendas atingidas levou à rejeição do parecer no plenário da comissão e à aprovação de um relatório de duas páginas que não sugeriu o indiciamento de ninguém.

“As investigações levadas a efeito pela Polícia Federal, e aprofundadas por essa CPI, revelam que Alexandre Baldy, conquanto não tenha agido com a mesma desenvoltura com que atuaram outros secretários do Estado de Goiás em prol dos interesses da organização criminosa chefiada por Carlos Cachoeira, prestou relevantes serviços à quadrilha”, diz o relatório final de Odair Cunha.

O capítulo dedicado a Baldy é recheado de grampos de conversas de Cachoeira com aliados, cujo teor sugere proximidade dos dois. Cachoeira se referia a Baldy como “menino de ouro”, diz o texto.

Uma das interceptações é de uma conversa direta entre Baldy e Cachoeira, em agosto de 2011. “Cadê você, doutor?”, pergunta em tom informal Baldy. Os dois marcam então um encontro para o dia seguinte. Cachoeira afirma que irá tratar de um assunto com o secretário. O deputado concorda e diz: “E eu preciso falar um negócio com você pra você dar uma aliviada.”

O relatório de Odair afirma que, embora houvesse suspeita de que Baldy recebesse recursos periódicos de Cachoeira, a investigação da comissão não conseguiu provas disso e sugere ao Ministério Público continuar a apuração.

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