Publicado em 28/12/2018 às 07h46.

Gabinete de Jucá enviou rascunhos de MP para Odebrecht antes de Senado analisar texto

As mensagens foram enviadas à construtora no segundo semestre de 2014, quando o Congresso Nacional discutia a medida provisória 651

Redação
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anexar e-mails apresentados por delatores da construtora Odebrecht a uma ação em que o presidente nacional do MDB e senador Romero Jucá (RR) é réu na Lava Jato. Um dos e-mails anexados pela PGR mostra que Mariângela Fialek, à época em que trabalhava como assessora do gabinete de Jucá, enviou à empreiteira, em 2014, rascunhos de um texto legislativo que estava em discussão, antes mesmo que fosse apresentado aos senadores.

Segundo o blog da jornalista Andreia Sadi, no portal G1, a funcionária do gabinete do senador do MDB que enviou o e-mail para a Odebrecht atua, desde maio de 2016, como subchefe de assuntos parlamentares da Secretaria de Governo da Presidência da República.

As mensagens foram enviadas à construtora no segundo semestre de 2014, quando o Congresso Nacional discutia a medida provisória 651. As informações originais deste caso constam na delação de executivos e ex-dirigente da Odebrecht homologada no ano passado pelo Supremo.

Segundo o Ministério Público, o conteúdo do e-mail tratava de alterações em um parecer elaborado para a medida provisória que interessava à empreiteira e que foi discutida entre os executivos da Odebrecht e o senador do MDB. E-mails trocados por dirigentes da construtora também apontaramm Jucá como articulador no Congresso Nacional de mudanças que beneficiariam a empresa.

A Procuradoria-Geral da República avalia que a atuação de Jucá no caso estava vinculada a uma doação de R$ 150 mil feita pela empresa para a campanha eleitoral do filho do parlamentar de Roraima em 2014.

Procurada pela publicação, a assessoria de Jucá disse que o senador reitera que, mais uma vez, “tentam envolver seu nome em um esquema que está sendo propagado por dois delatores que não apresentam nada além de e-mails trocados entre eles”.

Mariângela afirmou à publicação que “todas as instituições, empresas, sindicatos e representantes da sociedade civil apresentam suas sugestões ao senadores e lideranças por meio de e-mail à assessoria legislativa, como forma inclusive de manter a transparência e atos registrados”.

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