Publicado em 19/04/2016 às 08h27.

Gabrielli pediu a Cerveró intermediação em contrato, diz advogado

Esta foi a primeira vez que Cerveró falou ao juiz federal Sérgio Moro na condição de delator

Redação
Foto: Geraldo Magela Agência Senado
Foto: Geraldo Magela /Agência Senado

 

O advogado Beno Brandão, que defende o ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, disse que o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli pediu para que Cerveró intermediasse o contrato do navio-sonda entre o Grupo Schahin e a Petrobras, resultando na quitação do empréstimo de R$ 12 milhões feito pelo pecuarista José Carlos Bumlai junto ao banco do grupo.

Esta foi a primeira vez que Cerveró falou ao juiz federal Sérgio Moro na condição de delator em uma audiência referente a uma ação penal da 21ª fase da operação – batizada de Passe Livre. O empréstimo sobre o qual o processo trata nunca foi pago.

Em depoimento à Polícia Federal, Bumlai reconheceu que levantou o dinheiro junto ao Banco Schahin para repassar ao PT. As investigações mostraram que a quantia foi liberada pelo grupo como forma de pagamento de propina por um contrato da Schahin Engenharia com a Petrobras, cujo valor ultrapassa US$ 1,6 bilhão.

O advogado disse que Nestor Cerveró foi questionado sobre a participação de Sérgio Gabrielli na concessão do empréstimo. A informação consta no acordo de delação de Eduardo Musa, ex-subordinado de Cerveró na Petrobras. “Foi dito sim que Gabrielli sugeriu essa solução por parte do Nestor”, disse Brandão.

Porém, o advogado negou que o pedido tenha partido do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas afirmou que Lula ficou agradecido a Cerveró. Inclusive, anteriomente, Cerveró já havia dito em depoimento de delação premiada que foi alçado ao cargo de diretor da BR Distribuidora – subsidiária da estatal – devido a um ato de gratidão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Gabrielli afirma que nunca teve tal conversa com Nestor Cerveró. Ele reitera que já negou publicamente e em depoimentos à força-tarefa da Operação Lava Jato, na condição de testemunha, qualquer envolvimento em supostas negociações ilícitas em contratos na Petrobras.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.