Publicado em 29/09/2017 às 08h01. Atualizado em 29/09/2017 às 10h06.

Gestão de Neto corta salários de indicados de vereadores e revolta base

Aliados do prefeito reclamam que não foram comunicados do corte, que chega a quase 15% dos rendimentos, conforme apurou o bahia.ba

Rodrigo Daniel Silva
Foto: Max Haack/ Secom
Foto: Max Haack/ Secom

 

A decisão da administração do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), de cortar os salários de indicados dos vereadores provocou uma revolta na base do democrata. Segundo apurou o bahia.ba, a gestão passou uma tesoura nos ganhos dos cargos comissionados, nas secretarias de Saúde e de Educação. O corte chega a quase 15%.

“Na saúde, cortou de todos os gerentes de indicações políticas. Este é o principal cargo político. Foi uma decisão sem conversar com ninguém. Essa Secretaria de Saúde está deixando a desejar”, reclamou o vereador Mauricio Trindade (DEM), que ficou um mês de greve contra a administração do aliado.

De acordo com o democrata, o corte não seria uma decisão do prefeito, mas “interna” da pasta. Ao bahia.ba, vereadores relataram que o titular da SMS, José Antônio Rodrigues, foi um dos alvos de críticas da bancada durante o encontro com o prefeito.

O 2º vice-presidente da Câmara de Salvador, Kiki Bispo (PTB), confirmou os cortes e a “insatisfação da base”.

“Parece que houve uma recomendação, salvo engano, do TCM [Tribunal de Contas dos Municípios], que gerou um corte nos salários. Acho que essa situação não pode ficar, porque já recebi ontem alguns comunicados que existem comissionados insatisfeitos. A administração tem que sentar, dialogar e procurar um meio-termo. Não se pode ter servidor chateado. Acho que o prefeito também não tem conhecimento”, ponderou, em entrevista à reportagem.

O que chamou a atenção de vereadores é o corte ocorrer logo após ACM Neto anunciar ter em caixa R$ 1,5 bilhão. Além disso, o fato de a tesoura não passar também nos rendimentos dos próprios secretários.

Outro lado – A assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde informou que o corte foi um decreto assinado pelo prefeito ACM Neto há dois meses, após o resultado de baixa arrecadação tributária. Segundo o comunicado, a decisão atinge todas as pastas da gestão.

Na SMS, no entanto, houve uma “uniformização”. A gratificação que variava até 55% a depender do desempenho do funcionário, agora só chega ao máximo de 35%. Ou seja, um corte de 20%.

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