Publicado em 22/05/2019 às 11h16.

Governo Bolsonaro mantém discurso de ‘palanque’, diz Paulo Azi

Líder do DEM na Câmara afirma que, ao atacar com radicalismo a classe política, presidente abre afastamento do Congresso

Alexandre Santos
Foto: Gilmar Felix / Câmara dos Deputados
Foto: Gilmar Felix / Câmara dos Deputados

 

O presidente do DEM na Bahia, deputado federal Paulo Azi, afirmou que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) mantém um discurso “radical”, de “palanque”, o que, avalia, tem desgastado sua relação com o Congresso.

“Efetivamente, o governo não começou bem. Me parece que o governo continua muito preso ao discurso de campanha. Infelizmente, um discurso que contém um certo radicalismo nas suas propostas e na sua maneira de atuar. O governo e o presidente [estão] presos a esse discurso, em que atacou muito a classe política. Continuam como se estivessem no palanque. Abriram efetivamente uma postura de afastamento de desgaste com o Congresso nacional”, declarou Azi à rádio Metrópole na manhã desta quarta-feira (22).

Na entrevista, o parlamentar baiano afirmou não ser possível haver governabilidade sem que exista harmonia entre os Poderes.

“Sem os Poderes não passarem a dialogar e construir pautas conjuntas de interesse do país. Isso tem trazido esse reflexo de reversão das expectativas. Eu, pessoalmente, lamento muito. O clima que senti quando voltamos ao Congresso pra essa legislatura era um clima claramente favorável à cooperação com o governo”, disse.

Para o deputado, além do mal-estar entre Planalto e Legislativo, a postura de Bolsonaro causa reflexos negativos nas projeções econômicas, uma vez que o mercado tem atrelado um cenário de crescimento à aprovação da reforma da Previdência.

“Observo que o presidente está perdendo esse momento. As relações estão muito esgarçadas, e isso, claro, reflete no humor dos agentes econômicos, que projetam a economia numa situação difícil. Todos os economistas dizem que é fundamental que se altere as regras previdenciárias.”

“É um tema muito difícil, porque carrega um sentimento muito forte de impopularidade. E o governo, que deveria estar concentrado em enfrentar esse tema, diverge para outras pautas que geram um distanciamento e um açodamento nas relações entre o governo e o Congresso”, afirmou Azi.

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