Publicado em 10/06/2016 às 07h28.

Há um ‘ataque incisivo’ à Lava Jato, diz procurador da República

Segundo Deltan Dallagnol, há "clareza solar" de que o objetivo dos grampeados era "abafar a operação"

Redação
(Foto: José Cruz/Agência Brasil)
(Foto: José Cruz/Agência Brasil)

 

Os áudios revelados pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que gravou integrantes do governo de Michel Temer e outros peemedebistas, mostram um “ataque incisivo” à Lava Jato e ao combate à corrupção por “alguns políticos específicos”, diz o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

“São pessoas tramando em segredo contra a Lava Jato. Querem cortar as asas da Justiça e do Ministério Público”, disse. Segundo o procurador, há “clareza solar” de que o objetivo dos grampeados era “abafar a operação”. “Buscam construir uma cápsula, um escudo para que continuem inatingíveis”, completou.

Nos áudios, o ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR) fala em “estancar a sangria” com um novo governo, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sugere mudar a lei de delação premiada – um dos principais instrumentos da investigação – para proibir a colaboração de réus presos.
“De que sangria se está falando? Da sangria de agentes públicos corruptos sendo investigados e levados para um julgamento justo”, contou Dallagnol.

Ele afirmou que a Lava Jato “continua avançando”, sem interferência de governo e com independência de investigação, mas que “os inimigos crescem a cada dia”.
“Você repete uma mentira mil vezes até que ela pareça verdade. Nossa única defesa é a sociedade, e a sociedade nesse momento quer que a Lava Jato se torne a regra”, concluiu.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.