Publicado em 28/08/2018 às 15h20.

Haddad é acusado de usar caixa 2 para pagar dívidas de campanha

Petista deve responder à acusação de improbidade administrativa, por supostamente receber quantia da empreiteira UTC

Redação
Foto: Ulisses Dumas/ Divulgação
Foto: Ulisses Dumas/ Divulgação

 

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) entrou com uma ação civil contra o ex-prefeito de São Paulo e candidato a vice-presidente na chapa do PT, Fernando Haddad, nesta segunda-feira (27).

Haddad deve responder à acusação de improbidade administrativa, com base na denúncia de uso de caixa dois para pagamentos de dívidas da campanha eleitoral de 2012 pela empreiteira UTC.

De acordo com apuração feita pela Polícia Federal durante a Operação Cifra Oculta, em 2013, o então tesoureiro do PT João Vaccari Neto pediu ao executivo da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa, uma quantia para pagar dívidas de campanha do petista.

Conforme o MP-SP, Haddad já no exercício do mandato “tinha pleno domínio daquela solicitação espúria e dos interesses da UTC/Constran nas grandes obras públicas da Prefeitura de São Paulo”.

O ex-secretário de Saúde de São Paulo, José de Filippi Júnior, também é alvo da ação, acusado de servir como interlocutor da empreiteira com o ex-prefeito. Elçe também teria recebido propina paga pelo empresário da UTC Ricardo Pessoa. Conforme a promotoria, a operacionalização dos pagamentos de dívidas junto às gráficas era feita pelo doleiro Alberto Youssef.

São alvos da ação Haddad, José de Filippi Júnior, Ricardo Pessoa, Alberto Youssef e João Vaccari Neto. Já as empresas acusadas são UTC Participações, UTC Engenharia, Constran e LWC Artes Gráficas e Candido e Oliveira Gráfica.

O promotor autor da ação, Wilson Ricardo Coelho Tafner, pede a condenação de todos os investigados, com ressarcimento dos cofres públicos e suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos e proibição de fazer contratos com o poder público por três anos. Ele solicitou à Justiça ainda a concessão de liminar determinando o bloqueio dos bens de todos os envolvidos no valor de R$ 14.140.729,68. No caso de Pessoa, Fillipi Junior, Walmir Pinheiro Santana, UTC Participações, UTC Engenharia e Constran, a esse montante deve ser somada a quantia de R$ 1.027.972,60.

Em resposta, a assessoria de Haddad diz que já demonstrou com documentos que todo o material gráfico produzido em sua campanha foi declarado. A assessoria sustenta ainda que a empreiteira teve interesses confrontados na gestão Haddad “principalmente com a suspensão da construção do túnel da avenida Roberto Marinho, cuja obra mostrava indícios claros de sobrepreço”.

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