Publicado em 06/11/2017 às 08h23.

Imposto do açúcar sobe, para o bem dos produtores baianos

Guilherme Colaço, presidente do Sindicato do Açúcar e do Álcool da Bahia, que brigava pela causa, foi quem se encarregou de tranquilizar os inquietos

Levi Vasconcelos

Você já viu governo aumentar imposto e produtor aplaudir? Pois criou-se o precedente. Ainda governador em exercício semana passada, João Leão assinou decreto aumentando o ICMS sobre o açúcar de 12 para 18%. E Guilherme Colaço, presidente do Sindicato do Açúcar e do Álcool da Bahia, que brigava pela causa, foi quem se encarregou de tranquilizar os inquietos:

— Não vai mudar em nada o custo para o consumidor. Apenas é um ajuste.

O caso tem duas vertentes:

1 — O baixo ICMS baiano atraia mais açucar de fora do que ajudava os daqui, até por logística. O resultado: os baianos, que só produzem 51% do que consomem, estão com 1,3 milhão de sacos ou 63,5 milhões de quilos encalhados. Colaço diz que sem a alteração o setor ia ter que começar a demitir.
2 — A chave do mistério: o grosso da produção, no Médio São Francisco, é uma das áreas mais pobres do Estado e por isso goza dos incentivos fiscais do Desenvolve. Ou seja, aumenta imposto de um lado, mas abate de outro. Diz Colaço que com a estratégia a produção baiana deve saltar de 140 milhões para 535 milhões de quilos/ano.

Atraindo usinas

É com essa política que o governo pretende atrair quatro novas grandes usinas. Uma já vai para Muquém do São Francisco. E outras três tem interessados. Segundo João Leão, o investimento é de R$ 200 milhões cada.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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