Publicado em 14/08/2017 às 19h48.

Integração de metrô e ônibus é acertada, mas ainda há impasse

Enquanto governo fala em redução de ICMS e renovação de frota metropolitana, prefeitura aguarda resposta sobre isenção de diesel dos coletivos municipais

Clara Rellstab
Foto: Jefferson Peixoto/ Secom PMS
Foto: Jefferson Peixoto/ Secom PMS

 

A novela da integração entre ônibus e metrô de Salvador parece ter chegado ao fim. Depois de o prefeito ACM Neto (DEM) ter anunciado a conexão dos modais sem comunicar ao governador Rui Costa (PT), as duas partes oficializaram a parceria em reunião realizada no Ministério Público do Estado nesta segunda-feira (14).

Segundo o chefe da Casa Civil, Bruno Dauster, em entrevista ao bahia.ba, a tarifa única para os passageiros que pegam tanto os coletivos metropolitanos quanto os geridos pelo município também foi estabelecida no encontro. “Ao longo da próxima semana, o TAC [Termos de Ajustamento de Conduta] será assinado e as novidades passarão a valer”, prometeu.

Da tarifa de R$ 3,60, R$ 1,42 ficará com as empresas de ônibus e o restante será repassado ao metrô. Dauster acrescentou que foi determinada ainda a redução do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para que, na renovação de frota, em 2018, todos os ônibus metropolitanos sejam equipados com ar-condicionado e Wi-fi.

No entanto, em conversa com o bahia.ba, o secretário municipal de Mobilidade, Fábio Mota, disse que, além do acerto da integração de 100% das linhas, mais nada foi definido na ocasião. “O município não cedeu, não acertou nada. Nós, de novo, requeremos o desconto na lista do ICMS para o diesel, levando em consideração que nós já integramos todas as linhas de ônibus da cidade. Quando conceder, a gente assina o TAC e está resolvido. Mas eles ainda ficaram de responder”, pontuou.

Mota afirmou que o encontro pode ser resumido em quatro propostas: 1) A primeira, “e mais importante”, foi um acerto entre as partes de fazer um estudo que vai definir a tarifa – hoje, o sistema dos ônibus fica com R$ 1,42 e o metrô com R$ 2,18; 2) A isenção do ICMS; 3) A tarifa única para o passageiro metropolitano; e 4) O redesenho de linhas.

Segundo o titular da pasta, o último item gerou um impasse: “O Estado quer que se faça um resenho que obrigue a seccionar a linha para que todo mundo vá de metrô. Isso não se chegou a um acordo e não vai se chegar”.

“A prefeitura não pode redesenhar as linhas só pensando no viés econômico, tem também o social. Eu não posso obrigar que o usuário desça do ônibus e pegue o metro. O usuário é que tem que escolher. A gente só pode dar a opção – e já demos”, finalizou.

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